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Petroleiros entram em greve, mas garantem o abastecimento

Petroleiros dos 13 sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), inclusive o do Espírito Santo, iniciam, à zero hora deste sábado (1), uma greve nacional por tempo indeterminado. A categoria garante, porém, que irá manter o abastecimento de combustíveis, para não prejudicar a população.

A categoria reivindica a revisão do fechamento da subsidiária da Petrobras no Paraná, a Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR), no último dia 17, que deixou mais de mil desempregados e o cumprimento de cláusulas de Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) da Petrobras e suas subsidiárias, como a Ansa. A paralisação da Fafen-PR, anunciada pela Petrobras em 14 de janeiro, surpreendeu a categoria. 

Durante o movimento outras questões virão à tona, entre elas a ameaça de encerramento das atividades administrativas da Petrobras em São Mateus, norte do Espírito Santo. Essa mudança atinge os petroleiros e impacta, diretamente, a economia do município, além de prejudicar os setores de comércio e serviços. Estima-se que, diretamente, cerca de 800 famílias serão prejudicadas, chegando a duas mil famílias indiretamente. 

Na paralisação que se inicia neste sábado, os petroleiros vão aproveitar para continuar a campanha, iniciada em novembro de 2019, de conscientização da população sobre os efeitos negativos para o bolso dos consumidores da política de reajustes de combustíveis que vem sendo mantida pela atual gestão da Petrobras e da venda de ativos da companhia, como as refinarias.

O fechamento da unidade no Paraná vai provocar a demissão de mil pessoas, e por isso deveria ter sido previamente negociado com os sindicatos que representam os trabalhadores da unidade, como determinado pela cláusula 26 do ACT da Ansa – o que não ocorreu.

Os petroleiros ainda reivindicam que a Petrobras cumpra outras negociações obtidas no fechamento do ACT, que foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A empresa vem tomando decisões por conta própria e não negocia com a categoria questões como tabela de turno, banco de horas, plano de saúde e participação nos lucros, o que havia sido determinado pelo TST.

Sob o mote “Privatização da Petrobras: isso é da sua conta!!”, os petroleiros querem mostrar que o atrelamento do reajuste da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha ao mercado internacional e o aumento das importações desses produtos deixam o Brasil exposto a flutuações de preços no exterior. O conflito entre Irã e Estados Unidos no início deste ano é um exemplo do risco que os brasileiros correm com essa política.

Outro risco é a venda de oito refinarias da Petrobras, que está sendo conduzida pela atual diretoria da empresa. A categoria afirma que essas plantas, já amortizadas, são uma garantia de abastecimento e de preços justos para o mercado brasileiro, mas a Petrobras já vem reduzindo sua utilização, de 95% para 75%. E ao contrário do que a atual gestão aponta, a venda dessas unidades não vai garantir aumento da concorrência, pois gargalos logísticos vão impedir qualquer competição.

A campanha ainda chama a atenção para a desindustrialização do país que a redução dos investimentos da Petrobras vem provocando. Os R$ 104,4 bilhões que a empresa investiu em 2013 caíram para R$ 49,4 bilhões em 2018, afetando diversos segmentos de fornecedores de bens e serviços da cadeia de óleo e gás.

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