A deputada federal Lauriete Rodrigues só está aguardando o desfecho do seu processo de desfiliação do Partido Liberal (PL), que espera seja rápido, para definir para qual partido irá. Nesta segunda-feira (10), ela reforçou o alinhamento com o governador Renato Casagrande, o que coloca o PSB como o primeiro da lista, embora converse, também, com o Podemos e o MDB.
A saída da deputada Lauriete do PL provocará uma debandada no partido, segundo o mercado político, considerando que ela é o principal quadro no Estado, única com mandato na Câmara Federal. Para viabilizar a reeleição em 2022, ela precisa construir bases eleitorais e manter algumas existentes, formadas com o ex-senador Magno Malta, derrotado em 2018, mas prestigiado pela direção nacional.
A parlamentar terá que enfrentar, além do boicote do ex-marido, candidatos já definidos em outros partidos. No Podemos, o prefeito de Viana, Gilson Daniel, também presidente da Associação dos Municípios (Amunes) e, no MDB, o presidente da Executiva estadual, o ex-deputado Lelo Coimbra, entre outros.
“A minha saída é melhor para todos. Realmente é uma perseguição pessoal, um caso emblemático”. Ela faz esse desabafo ao comentar o andamento do processo do PL, comandado no Estado pelo ex-senador Magno Malta, a quem acusa de “grave discriminação pessoal”, que acabou alijando-a das atividades partidárias. Segundo ela, seu processo de desfiliação é um dos mais adiantados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Lauriete alegou que, depois da vitória nas urnas, em 2018, se separou do ex-senador Magno Malta, o que a levou a sofrer pesadas retaliações. “Fui boicotada e prejudicada com as emendas extras que todos os parlamentares tinham direito e que o Partido Liberal impediu que chegassem ao meu gabinete”, lamenta Lauriete.
Nesse contexto, a parlamentar ficou impedida de comunicar aos municípios do Espírito Santo a liberação de recursos financeiros, mesmo já tendo informado aos prefeitos que receberiam emendas extraorçamentárias. Após analisar o depoimento de testemunhas, o Ministério Público Eleitoral (MPE) enviou ao tribunal parecer favorável à parlamentar, apontando cenário de “profundo déficit de democracia” dentro do PL”.
“Estou confiante na Justiça e espero resolver a questão o mais rápido possível, apontou, destacando que se sentiu descartada no partido, sofrendo retaliações. “Nunca fui comunicada das reuniões e de nenhuma atividade realizada pelo PL no Espírito Santo”, acrescentou, denunciando “um boicote e uma notória perseguição”.