Mil e quinhentos policiais civis, militares e bombeiros conclamam mais uma grande mobilização, a ser realizada na próxima quinta-feira (13), a partir das 13h, quando o governo do Estado irá receber a Frente Unificada de Valorização Salarial dos Policiais Militares, dos Policiais Civis e dos Bombeiros Militares para uma reunião sobre reajuste salarial.
As categorias pretendem se concentrar em frente ao Edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória, onde funciona a Secretaria de Estado de Economia e Planejamento (SEP), do secretário Álvaro Duboc, local marcado para o encontro, o primeiro que o Executivo aceitou realizar desde a formação da Frente Unificada, em maio de 2019.
“A nossa proposta de recomposição salarial está com o governo desde o segundo semestre do ano passado. Mas ainda não recebemos nenhuma resposta concreta”, afirma a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo (Sindepes), Ana Cecília de Almeida Mangaravite.
O contingente de 1,5 mil servidores previsto para quinta-feira representa cerca de 15% de todo o efetivo de policiais civis e militares e de bombeiros do Estado. E é o mesmo que já se fez presente na reunião desta segunda-feira (10) na Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).
Foto: Ellen Campanharo/Ales
Na Assembleia, munidos de cartazes e faixas, os servidores da segurança pública capixaba protestaram contra a falta de diálogo com o Executivo. Após a reunião, saíram em passeata pelas ruas da Enseada do Suá, conclamando uma negociação efetiva, que retire o Estado da lanterna nacional do ranking de salários do setor.
“Os ânimos estão extremamente exaltados e os policiais aguardam uma resposta concreta e que seja realmente satisfatória, com recomposição escalonada, até 2022”, declara Ana Cecília. O objetivo da Frente, enfatiza a presidente do Sindepes, é que os salários dos policias capixabas estejam competitivos com os de outros estados.
E para chegar a uma média nacional, são necessários bem mais do que os 12% – total de 4% por ano até 2022 – anunciados pelo delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Santos Arruda, em vídeo circulado nas redes sociais na última sexta-feira (7).
“Esse anúncio do governo não faz o menor sentido. Os policiais entenderam e por isso rejeitaram. É desrespeitoso para o policial essa proposta. O salário do policial capixaba está sendo motivo de chacota no país. O próprio governo está estimulando a revolta dos policiais ao anunciar esses 4% ao ano até 2022”, relata Ana Cecília.
A proposta da Frente é de um reajuste mínimo de 45%, até 2022, isso descontada a revisão geral anual de recomposição da inflação, que, em 2019, foi de 3,5%.
Foto: Ellen Campanharo/Ales
Cada categoria tem uma realidade, explica a presidente do Sindepes. “Quarenta e cinco por cento é o mínimo”, ratifica, ressaltando que a proposta da Frente cabe no Orçamento do Governo, mantendo o equilíbrio fiscal.
As associações e sindicatos apresentaram um documento à Comissão de Segurança com outras demandas das categorias, como revisão geral anual, incorporação de escala especial, incorporação de percentual de função gratificada de 15% e abertura de concursos públicos para suprir a defasagem de servidores.
Assembleia Geral Extraordinária
O episódio de sexta-feira protagonizado pelo delegado-geral José Darcy também motivou a realização de uma assembleia geral extraordinária convocada pelo Sindepes e pela Associação dos Delegados de Polícia do Espírito Santo (Adepol/ES), presidida pelo delegado Rodolfo Queiroz Laterza, nesta terça-feira (11), às 10h, na sede administrativa das entidades, em Bento Ferreira, Vitória.
A Frente Unificada de Valorização Salarial dos Policiais Militares, dos Policiais Civis e dos Bombeiros Militares é integrada, além da Adepol/ES e Sindepes, pela Associação dos Militares da Reserva, Reformados, da Ativa da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e Pensionistas de Militares do Estado do Espírito Santo (Aspomires); Associação dos Bombeiros Militares do Estado do Espírito Santo (ABMES); Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACSPMBMES); Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo (Asses); Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo (Assomes); Sindicato dos Investigadores de Polícia Civil do Estado do Espírito Santo (Sinpol); e Associação dos Investigadores de Polícia do Estado do Espírito Santo (Assinpol).