Em mais um lance da batalha que se arrasta desde 2019 pelo controle do MDB no Espírito Santo, o deputado José Esmeraldo ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (12) para tachar de “covarde” os integrantes da chapa “MDB Independente”, liderada pelo ex-deputado Lelo Coimbra, atual presidente da Executiva no Estado, afirmando que “eles querem ganhar no tapetão”. A eleição está prevista para este domingo (16).
No dia anterior, a Comissão Provisória, presidida por Lelo Coimbra, que também é secretário especial do Ministério de Desenvolvimento, negou o registro da chapa “Muda MDB”, liderada pelo ex-deputado Marcelino Fraga. A justificativa é de que Marcelino cometeu falsidade ideológica ao apresentar documento no qual afirma não haver impedimento judicial para participar da eleição.
O deputado Marcelino Fraga afirmou que está tranquilo e apresentou uma certidão de quitação eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Res – TSE 21 823/2004 -, emitida às 15h13 do dia 7 de fevereiro deste ano, na qual afirma que ele está na “plenitude dos direitos políticos”.
“Não tem nada de errado”, garantiu Fraga.
Já o deputado José Esmeraldo, em seu pronunciamento, citou o diretor da Fundação Ulysses Guimarães, Francisco Donato, reafirmando que está tudo certo, e denunciou o envolvimento da Comissão Provisória, visando “ganhar no tapetão”. Para José Esmeraldo, “tem gente lá de cima, que não tem coragem de mostrar a cara”.
Segundo Marcelino, a atual direção quer se perpetuar no poder. “Para confundir a cabeça dos delegados no Espírito Santo, indeferiram a nossa chapa, mas não mostram a chapa deles”, disse, e acrescentou: “Dizem que Marcelino é réu, mas ele é réu em primeira instância [Donato], não foi condenado; o Lelo também está com um processo no TRE [Tribunal regional Eleitoral]”.
Já Esmeraldo ressaltou ainda que “eles estão desesperados, perderam seis delegados em Cariacica, cinco delegados em Vitória, e um em Iúna, perderam 12 delegados. Então vamos detonar a chapa do nosso concorrente”.
O confronto entre os dois grupos vem desde maio do ano passado, com denúncias de agressões e embates na Justiça, o que culminou com intervenção da Executiva Nacional e suspensão da disputa, que estava prevista para novembro de 2019.