O preenchimento de cargos na Executiva do Partido dos Trabalhadores (PT) no Espírito Santo será definido neste mês de março em reunião da Nacional, quase cinco meses depois da eleição que conduziu Jackeline Rocha à presidência regional, em outubro de 2019, mantendo uma divisão que vem desde 2017, na gestão do ex-prefeito de Vitória João Coser.
O deputado federal Helder Salomão, que disputou com Jackeline, explica que o impasse foi criado a partir do empate entre seu grupo e o da vencedora do pleito, relacionado à ocupação de cargos na Executiva Estadual.
A chapa de Helder obteve, isoladamente, 49,5% dos votos na disputa para eleger os delegados, ultrapassando os 30,7% dos votos dados a
Jackeline, percentual ampliado para 50,5% com o alinhamento das chapas “Alternativa para o Brasil Lula Livre”, 14%; e “Unidade em Defesa do PT”, 5,80%.
Ocorre que a chapa vencedora não reconhece esse cenário, que se fosse seguido, geraria entendimento entre as correntes. Em consequência do impasse, há retardamento na formação do diretório e na montagem de chapas para as eleições de 2020. “A Nacional vai resolver esses problemas que existem no Espírito Santo e também no Maranhão”, informa o deputado Helder Salomão.
A crise atual tem suas origens em 2017, com a derrota da chapa encabeçada pelo então deputado federal Givaldo Vieira, hoje PCdoB, para o grupo de João Coser, que mantém sua influência no partido com a eleição de Jackeline. João Coser levou o PT a uma situação de submissão ao ex-governador Paulo Hartung, ampliando a divisão.