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Marcha das Margaridas arrecada 153% do valor almejado em campanha

Um grande sucesso! A campanha de financiamento coletivo da Marcha das Margaridas 2019 arrecadou mais de 122 mil reais, alcançando 153% da meta inicial estabelecida pela organização do movimento.

Apoiada por mais de 1.000 pessoas de todo o país, em sua maioria mulheres, a campanha irá viabilizar a sexta edição do evento, que acontece em Brasília nos dias 13 e 14 de agosto, com o lema “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”.

A arrecadação superior ao esperado vai garantir melhores condições de infraestrutura, comunicação, segurança e saúde para 100 mil trabalhadoras do campo, da floresta e das águas, vindas das 27 unidades federativas do país. Do Espírito Santo, a estimativa é de que participem 1500 mulheres.

Agricultoras familiares, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras, marisqueiras, geraizeiras, quebradeiras de coco babaçu, faxinaizeiras, extrativistas e mulheres de todos os biomas e ecossistemas são esperadas na capital federal, ao lado de ativistas e militantes de causas feministas de toda a América Latina.

“Diante desta conjuntura bárbara e de tantos ataques do governo Bolsonaro aos direitos conquistados pela classe trabalhadora, será um momento importante da luta das mulheres por um mundo de igualdade, liberdade e democracia”, declara Augusta Búffolo, secretária de Mulheres da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Espírito Santo (Fetaes). “Questões que eram centrais da luta na primeira Marcha no ano 2000 como a fome, a pobreza e a desigualdade estão retornando a vida do povo brasileiro e especialmente das mulheres”, afirma.

Formação política

A organização capixaba para a Marcha está sendo feita desde março de 2018 pela Fetaes, pela Comissão Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR’s), com apoio do Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Associação de Mulheres Negras e Quilombolas de São Mateus e Sapê do Norte e as mulheres indígenas.

Entre as ações realizadas no período estão um Curso Estadual de formação política, o ENFOC MULHER, duas Caravanas Regionais da Marcha das Margaridas que reuniram as agricultoras dos STRs na região Sul, Serrana, Centro, Norte e Noroeste, o lançamento estadual da Marcha, em sessão na Assembleia Legislativa e os encontros dos 60 sindicatos do estado, para que as mulheres conheçam e estudem os dez eixos integrantes da Marcha, através do Caderno de Debates.

Os eixos são: Por democracia com igualdade e fortalecimento da participação política das mulheres; pela autodeterminação dos povos, com soberania alimentar e energética; pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns; por terra, água e agroecologia; por autonomia econômica, trabalho e renda; pela autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade e por uma vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem cinismo; por previdência e assistência social pública, universal e solidária; por saúde pública e em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS); por uma educação não-sexista e antirracista; e pelo direito à educação do campo.

Margarida Maria Alves

A Marcha é inspirada na história da liderança camponesa Margarida Maria Alves, assassinada a mando de usineiros, em 1983, em Alagoa Grande (PB), e acontece desde 2000, a cada quatro anos, para que as mulheres do campo levem suas propostas e quereres ao governo federal.

Construção coletiva

As interessadas em participar da mobilização do evento podem engajar-se nos processos regionais, por meio dos sindicatos e federações de trabalhadores e trabalhadoras rurais, além das organizações parceiras e movimentos que compõem a coordenação da manifestação este ano.

A Marcha das Margaridas é marcada pela construção coletiva, fundada na aliança entre várias organizações feministas e movimentos sociais, além de quatro mil sindicatos filiados à Contag. Esta sexta edição contará com a parceria de 16 organizações sociais e movimentos de mulheres representantes de vários segmentos.

São elas: Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), União Brasileira de Mulheres (UBM), Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE), Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Movimento Articulado das Mulheres da Amazônia (MAMA), GT Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Confederação de Organizações de Produtores Familiares, Camponeses e Indígenas do Mercosul Ampliado (Coprofam), Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR), Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhos (Confrem Brasil), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).

 

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