Escolas de mais cinco municípios do Estado oferecem vagas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) a partir do segundo semestre deste ano. Juntas, essas unidades vão oferecer 655 vagas, que estão dentro da oferta feita pela Chamada Pública da EJA.
O objetivo da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) com a ampliação das vagas é oferecer oportunidade para que mais jovens e adultos voltem a estudar e possam concluir o Ensino Fundamental e/ou Médio.
As unidades que passam a ofertar a EJA neste ano são: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Frederico Pretti, em Santa Teresa, com 120 vagas; EEEFM Maria de Lourdes Poyares Labuto, em Cariacica, com 30 vagas; EEEFM Geraldo Vargas, em Colatina, 240 vagas; Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Mário Gurgel, em Vila Velha, 160 vagas; e a Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Manoel Rosindo da Silva, em Guarapari, com 105 vagas.
A gerente de Educação, Juventude e Diversidade, Sandra Renata Monteiro, disse que “a EJA é muito importante para os jovens e adultos que ainda não conseguiram concluir seus estudos até a educação básica, pois permite que esses ex-estudantes retomem os estudos de onde foram interrompidos. Possibilitar o término dessa conclusão dos estudos amplia o leque de oportunidades no mercado de trabalho”, disse.
EJA – 2º semestre de 2019
A Sedu está ofertando 37.500 vagas para a Educação de Jovens e Adultos. São 2.020 a mais do que foi ofertado no 2º semestre de 2018. O período de pré-matrícula se encerrou na última sexta-feira (12) no site da Sedu e o resultado será divulgado no dia 19 de julho, quando também começa a efetivação das matrículas. Já as aulas terão início em 22 de julho.
Tem prioridade de vaga o aluno com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; que reside próximo à unidade escolar desejada; que tenha irmãos estudando ou o aluno com menor idade, desde que tenha vaga nas respectivas situações.
Demanda
No Espírito Santo, os dados de analfabetismo e de capixabas fora da escola ainda são alarmantes e o mais grave: as políticas educacionais do Governo do Estado e dos município apontam para o desmantelamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA). De acordo com dados da própria Sedu, na gestão passada de Paulo Hartung, 40 escolas estaduais deixaram de ofertar turmas na modalidade desde 2015. Em 2016, eram 205 unidades, que passaram para 165 em 2018. Dessas 165, apenas oito estão localizadas no campo, com um agravante: os Núcleos Estaduais de EJA não se encontram nos municípios onde o Estado está ausente com as matrículas da modalidade. Sendo assim, os estudantes destes municípios precisam se deslocar para serem atendidos.
A retração do Estado teve reflexo na redução drástica no número de matrículas. No segundo semestre de 2018, por exemplo, foram 35,2 mil. Enquanto em anos anteriores, os alunos ingressos na modalidade eram em número bem superior: 41,3 mil (2015), 43,8 mil (2016) e 44,9 mil (2017). Os dados apontam ainda que os municípios em que a Secretaria não oferta EJA cresceu de nove (2016) para 16 (2018). Nesse contexto, a partir de 2017, está a implantação pela Sedu do sistema EJA semipresencial, que, para os pesquisadores da modalidade, deve ser apresentada como formas de flexibilização e nunca como oferta única. A decisão do Estado também vai de encontro à Resolução do Conselho Nacional de Educação 03/2010, que estabeleceu diretrizes operacionais para a oferta da EJA na modalidade EAD, não observadas pela Sedu.
Estado tem 195 mil analfabetos
Na contramão da redução de vagas, o público-alvo da Educação de Jovens e Adultos continua pujante. Dados de 2016 (os mais recentes divulgados) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínuo (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE) indicavam 195 mil cidadãos com mais de 18 anos analfabetos no Espírito Santo. Na ocasião, a taxa de analfabetismo para os maiores de 60 anos era de 18,57%, enquanto de 5,5% para pessoas com mais de 15 anos. Por sua vez, a taxa de escolarização entre 15 e 17 anos, 85,8%, enquanto entre 18 e 24 anos, 31,1%.
Já a população fora da escola alcançou a marca, no ano de 2015, de 1.197.594 em áreas urbanas e 341.845 nas zonas rurais. Nesse caso, os dados são do Laboratório de Dados Educacionais a partir de microdados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação.
Por fim, números do Censo IBGE/2010, que serão atualizados ano que vem, apontam o Espírito Santo com 409 mil cidadãos com 18 anos ou mais com o Ensino Fundamental completo e o Ensino Médio incompleto. Desse total, 354.899 em áreas urbana e 54.355 em zonas rurais.