Arremesso de lança, corrida com tora, cabo de guerra, arco e flecha, luta corporal, zarabatana e bodoque. Essas são as categorias em disputa nos II Jogos Tradicionais Indígenas, que acontecem na aldeia Tupinikim de Caieiras Velhas nos dias 9, 10 e 11 de agosto, próximo final de semana.
Organizado pelo Grupo de Jovens Guerreiros com apoio de associações indígenas locais, o evento gera expectativas nas comunidades. Ao contrário do realizado no ano passado, de caráter nacional, este será apenas a nível local, envolvendo as aldeias Tupinikim e Guarani de Aracruz, norte do Estado. “Os jogos atendem o que buscamos, que é o fortalecimento da identidade, a aproximação maior das crianças com as atividades tradicionais a partir destes jogos”. Há competição desde a categoria infanto-juvenil até adultos
Foto: Rogério Medeiros
Nos últimos tempos, novos grupos que surgiram nas aldeias, como o de arqueiros, que farão uma apresentação juntamente com o grupo de mulheres. Coral guarani e grupo de tamboeiros também fazem parte das atividades de abertura dos jogos na noite de sexta-feira (9), que terá ainda exibição de vídeos e apresentação de dança.
Os Jogos Tradicionais Indígenas não são apenas esporte, mas também cultura e política, contando para além das competições com apresentações culturais não competitivas e um manifesto político contra os retrocessos de direitos que enfrentam os brasileiros em geral e os povos indígenas especificamente. Jocelino Tupinikim, organizador do evento, também enxerga possibilidade de que o crescimento e consolidação dos jogos possam movimentar a economia local, a partir da venda de artesanato e outros produtos para visitantes e entre as comunidades.
Entre as modalidades novas este ano estão o cabo de guerra e a canoagem, que surge em substituição à prova de natação no rio, que foi cancelada em protesto por conta da lama de rejeitos da Samarco/Vale-BHP que afetou também Aracruz.
Foto: Rogério Medeiros
Os organizadores dialogam com o governo do Estado em busca de apoio, reconhecimento e consolidação de políticas públicas para efetivar o incentivo aos jogos tradicionais indígenas dentro das aldeias. Segundo Jocelino, a luta é não apenas para que se realizem os jogos, mas para que haja incentivo para as práticas esportivas tradicionais e que os Jogos Indígenas possam fazer parte do calendário cultura do Espírito Santo.
AGENDA CULTURAL
II Jogos Tradicionais Indígenas
Quando: 9, 10, 11 de agosto
Onde: Aldeia Caieiras Velha – Aracruz/ES
Programação
Sexta-feira, 9 de agosto
19h30 – Abertura da Feira de Artesanato
20h – Desfile dos Grupos Tradicionais
– Grupo de Tamboeros com os Curumim, Guerreiros
– Grupo das Mulheres
– Grupo do Coral Guarani
– Grupo dos Arqueiros
20h40 – Fala das autoridades
21h – Exibição de Vídeos dos grupos as mulheres, arqueiros e guerreiros
21h30 – Apresentações de danças Tradicionais
22h30 – Exibição do Vídeo dos Jogos Tradicionais 2018
Sábado, 10 de agosto
9h- Apresentações Culturais
9h30 às 10h30 – Jogos infantis: Zarabatana ao alvo
10h às 11hs – Arco e flecha
13h às 13:20h – Roda de Congo
14h30 às 15h – Bodoque ao alvo
15h05 às 16h30 – Arco e flecha
16:40hs às 17:00hs – Apresentações Culturais com danças
17h às 18h – Arremesso de lança
19h – Roda de Tambores
19h20 às 19h50 – Corrida com tora
19h55 às 20h20 – Cabo de guerra Infantil e Adulto
20h30 às 21h – Luta corporal
21h00 às 21h40 – Apresentações Culturais com Danças
22h30 – Forró com Vitinho Show.
Domingo, 11 de agosto
9h30 – Apresentações Culturais
10h às 11h – Canoagem
11h às 11h30 – Apresentação das mulheres: Lagrimas de uma Índia.
13h30 às 14h – Final do Arco e Flecha
14h às 14h40- Manifesto contra o Retrocessos de Direitos
15h – Apresentações Culturais e entrega de medalhas
16h – Encontro de bandas de Tambores e retirada do mastro.