A cada edição mudam os lugares, mas a atividade é similar: com bela paisagem ao fundo do mar de Vitória, dezenas de voluntários coletam a pé ou em canoas plástico e outros resíduos atirados ao mar ou em sua proximidade. No final, como protesto simbólico, com todo lixo coletado é construído na areia um mosaico com formato de um animal ligado ao mar. Já foram feitos baleia, tartaruga, caranguejo e cavalo marinho.
Foto: Leonardo Merçon
Neste domingo, 8h, mais uma coleta e um novo animal de lixo para tentar chamar atenção e despertar consciência de moradores e autoridades. A ação começa em frente ao Clube dos Oficiais e se estenderá por um trecho que abarca a Praia de Camburi e as pequenas ilhas adjacentes: do Socó, do Fato e da Gaeta.
É a quinta edição do projeto Ação Coletiva em Prol a Vida Marinha, que envolve mais de 30 grupos ligados à preservação do meio ambiente. Ao todo, já coletaram aproximadamente 7 toneladas. “Essas ações têm resultado num grande efeito, por onde temos passado a sementinha tem sido plantada. Estamos levando conscientização e sensibilização para a sociedade”, diz o ambientalista Sandro Firmino, coordenador da Sea Shepherd-ES, sobre o projeto que já realizou atividades na Curva da Jurema, Jesus de Nazareth, manguezal de Maria Ortiz e Santo Antônio.
De modo mais amplo, a preocupação é na quantidade de resíduos que tem sido gerada pela humanidade, causando impacto negativo na fauna e flora marinha. Jogados muitas vezes nos rios, no mangue ou diretamente no mar, vão terminar impactando nos oceanos. No caso deste domingo, o ato também buscar chamar atenção para a pesca ilegal com redes de emalhes na região, já que a ação acontece na Área de Proteção Ambiental Baía das Tartarugas, criadas em 2018 como a primeira unidade de conservação marinha da Grande Vitória, com uma área de 1685 hectares de litoral, incluindo a Ilha do Boi, Ilha do Frade e Praia de Camburi.
Foto: Leonardo Merçon
O projeto tem trabalhado com apoio das comunidades do entorno de onde acontecem as ações. Jean dos Santos, presidente da Associação de Moradores do bairro Santa Tereza, é um dos que viu com bons olhos a iniciativa. “Atividades assim são importantíssimas para as comunidades. A campanha passada foi aqui no bairro, tiramos duas toneladas de lixo da Ilhas da Pólvora e Ilha da Fumaça. O desenho do cavalo marinho chamou tanto a atenção dos moradores que a partir desse dia pessoas mudaram sua forma de agir em relação ao descarte correto de lixo”.
Neste domingo, ao meio-dia, após algumas horas de atividade, será apresentado um novo desenho nas areias de Camburi. Resta saber qual será o animal desta vez representado nesse triste mosaico de lixo, como um grito de socorro.