Entidade criada há 20 anos no Rio de Janeiro pelo rapper MV Bill e o produtor Celso Athayde, entre outros, a Central Única de Favelas (Cufa) está retomando as ações no Espírito Santo após três anos inativa. Uma nova coordenação trabalha desde maio para realizar atividades de cunho político, social, cultural e esportivo nas favelas e periferias capixabas, com foco inicial na Grande Vitória e possível expansão para as cidades do interior.
“Devido à sua capacidade artística e cultural, o Espírito Santo entrou como um dos estados que precisavam ser reativados e potencializados, pois a partir de 2016 teve uma queda de ações e estava perdendo oportunidades importantes no desenvolvimento de projetos que aconteciam em outros estados como a Taça das Favelas [torneio de futebol], Top Cufa [concurso de beleza] e Prêmio Hutuz [evento de hip hop]”, conta o cineasta, músico e produtor cultural Gabriel Costa Nadipeh, novo presidente estadual da Cufa.
Na coordenação da entidade no Espírito Santo, ele tem a companhia de Luciano Furtado na área de ações sociais, Lisandra Felix, na coordenação de ações urbanas, Fabrícia de Jesus em audiovisual e redes sociais, e Fernando Ferreira na área de esportes. “Todos os nossos projetos são conduzidos de forma voluntária, desenvolvidos e oferecidos de forma gratuita dentro das periferias”,diz o novo presidente.
Neste momento de retomada, parte da estratégia para potencializar as ações está na busca de diálogo e apoio com o poder público por meio de seus representantes no poder executivo e legislativo, lideranças de bairros e comunitárias, empresas públicas e privada, e pessoas que queiram contribuir na construção de uma agenda positiva para impactar na vida das pessoas nas comunidades. “Entendemos a necessidade da participação desses agentes no processo de mudança real, transformando a carência das favelas em potência”, considera Gabriel.
Atualmente são realizados projeto como o Alegrar, voltado para visitação mensal de asilos, orfanatos e casas de recuperação levando doações arrecadadas e programação cultural com música e palhaçaria. Também acontece quinzenalmente o Ponto de Leitura,em que são disponibilizados livros para troca e empréstimos, além do recebimento de doações.
Outros projetos estão sendo preparados como o MoviPraça, pensado para realizar diversas atrações culturais nas praças dos bairros de periferia, promovendo, dança, música, poesia, artesanato, gastronomia e outros. Um deles deve buscar valorização das artes tradicionais e cultura popular, já com uma ação prevista para acontecer com um grupo de congo Roda D'Água, em Cariacica.
Para o próximo ano, um dos grandes objetivos é realizar a Taça das Favelas, considerado o maior campeonato de futebol de favelas do mundo, tendo revelados craques para grandes clubes brasileiros.
Atualmente, a Cufa-ES vem realizando suas reuniões provisoriamente no Centro Cultural Eliziário Rangel, na Serra, enquanto busca uma sede fixa, que deve ser no mesmo município, embora a atuação da organização está prevista para toda Grande Vitória.
Para mais informações dos acontecimentos que virão, a central recomenda acompanhar as redes sociais da Cufa-ES no Facebook, Instagram e Twitter.