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Líderes de movimento estudantil discutem projeto de Grêmio Livre em Vitória

Em tempos de projetos como Escola Sem Partido, que pretendia estabelecer censura regulamentada ao professor, além das construções de escolas militares, cortes de recursos para a educação pública e a escalada de repressão aos movimentos sociais, representantes do movimento estudantil reuniram-se, na última quinta-feira (15), na Câmara de Vitória, para debater a proposta de se criar um Grêmio Livre por meio de lei municipal. A iniciativa foi da Comissão de Educação do legislativo municipal. 

Entre os representantes dos estudantes participaram do encontro Luis Augusto, do Grêmio Rui Barbosa (Instituto Federal do Estado – Ifes); Mayrianne Mattos, presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas (Umes); Beatriz Passos Moreira, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Estado (Ufes); e Isabela Mamedi, representando o Centro Acadêmico de Direito da Ufes.

O representante do Grêmio Rui Barbosa (Ifes), Luis Augusto, acredita que participar da elaboração de um projeto de lei que trata da livre organização das entidades estudantis dentro das escolas colabora para a luta diária em prol de uma educação gratuita e de qualidade.

Luis contou um pouco da história do grêmio estudantil do Ifes, que teve participação importante no combate à ditadura militar. “A importância da construção do Grêmio é garantir que nossos estudantes, principalmente da rede municipal, entre 12 a 15 anos, tenham noção do que é fazer parte da construção da sociedade, e de se entender como cidadão e para ter conhecimento de nossos direitos e deveres. Que se ofereça uma educação que seja libertadora, que não tenha amarras. É importante a gente garantir a criação dessas entidades estudantis sem a interferência de outros fatores”, destacou.

Ele apontou diversas conquistas do movimento estudantil, como a aprovação do Plano de Educação e as cotas.

Mayrianne Mattos, presidente da Umes, aponta, por sua vez, que vive-se um cenário político muito obscuro para a educação. Para ela, o movimento estudantil organizado tem a missão de lutar pelo direito de educação pública, de qualidade e emancipadora e, para isso, os estudantes precisam ocupar os espaços”, disse.

Segundo ela, o projeto de lei em discussão, se aprovado, vai fortalecer as legislações estaduais e as federais que tratam de grêmios livres. “Quando falamos de futuro, falamos de investimento em educação e não é o que temos hoje. O grêmio garante questões básicas, como ter esporte, mas também garante a luta por uma educação que vá garantir perspectiva aos alunos. Aqui fica um apelo não só para o Grêmio Livre, mas também para eleição direta para diretor, para que possamos escolher o projeto que a gente quer para as escolas”, defendeu.

Beatriz Passos Moreira, do DCE da Ufes, também ressaltou a eleição direta para a criação do grêmio livre. “Para ser de fato uma gestão democrática, precisamos dos grêmios e que eles sejam autônomos. A própria escola deve fornecer algo minimamente adequado para que eles se organizem e que possam passar nas salas. Vemos que esses espaços do grêmio formam cidadãos e os faz seres políticos”, afirmou.

Ela lembrou as últimas mobilizações dos estudantes e ressaltou a importância dos grêmios como espaço para organização política. “Parte da formação é feita no convívio com os outros estudantes e na formação política, não apenas pelo conteúdo que é dado dentro da sala de aula.”

Já Isabela Mamedi, do Centro Acadêmico de Direito da Ufes, afirmou que “o grêmio não é só para se discutir para si mesmo, mas para os iguais, para a comunidade, para o Estado e daí, para o país. Os grêmios de Vitória podem ser um exemplo para o Espírito Santo. O movimento estudantil forma para a vida e forma estudantes conscientes”.

No encerramento da reunião, o vereador Roberto Martins (PTB) convidou os representantes dos movimentos estudantis a assinarem simbolicamente o projeto que será protocolado.

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