Um incêndio iniciado em um talhão do eucaliptal da Suzano Papel e Celulose, na noite dessa segunda-feira (19), se alastrou até a aldeia Pau Brasil, que faz limite com a área de monocultura da empresa, a cerca de 6 km do distrito de Barra do Sahy, em Aracruz, norte do Estado.
Um grupo de dez moradores de Pau Brasil, que estão erguendo casas nessa área da aldeia, viu as chamas e iniciaram o combate. Com facões, foices e galhos, os moradores abafaram as chamas e fizeram aceiros para evitar que o fogo queimasse a floresta próxima dali. O objetivo foi proteger a mata nativa, conta o cacique Valdeir Almeida Silva. “O fogo começou no eucaliptal da Suzano e vinha se alastrando pra aldeia quando eles começaram o combate”.
Pau Brasil, esclarece o cacique, não possui plantio de eucalipto, apenas mata nativa e áreas degradadas com colonião, como a que está recebendo as novas construções dos moradores. A parte que ainda resta de eucaliptal da Aracruz Celulose (Fibria/Suzano) dentro da Terra Indígena Tupinikim e Guarani está em outras aldeias, onde os moradores continuam trabalhando pela substituição por floresta nativa, numa verdadeira ação de reflorestamento e recuperação da biodiversidade perdida desde que a multinacional usurpou o território tradicional indígena, há meio século.
Por meio de uma rede social da Defesa Civil Municipal, alguns moradores avisaram sobre ocorrido, tendo resposta da equipe de combate a incêndios da Suzano, que se dirigiu para o local e controlou as chamas.
O Corpo de Bombeiros também foi comunicado, mas não enviou equipe, pois estava em atividade em um incêndio no município vizinho de Fundão.