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Espírito Santo tem mais de 70 mil crianças e jovens fora da escola

Segundo o relatório “De Olho nas Metas”, do movimento Todos pela Educação (TPE), dos 3,6 milhões de crianças e jovens fora da escola no País, 70.570 estão no Espírito Santo. No Estado, o déficit é grande entre os jovens com idades entre 15 a 17 anos (34.519) e crianças de quatro a cinco anos (20.289). 

 
Divulgado nesta quarta-feira (6), o levantamento, baseado em dados de 2011, alerta para cinco metas propostas pela entidade: toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo aluno com o Ensino Médio concluído até os 19 anos e investimentos em educação ampliados e bem geridos. 
 
De acordo com as metas, a entidade estabelece que até 2022, 98% ou mais dos jovens e crianças, entre quatro e 17 anos, estejam matriculados e frequentando a escola. Porém, até 2011, nenhum estado brasileiro atingiu as metas propostas pela entidade. 
 
Para que as metas fossem cumpridas, diz a entidade, seria necessário que em 2011, ano referente ao levantamento, 94,1% dos brasileiros dentro na faixa etária escolar estivessem matriculados na escola.  
 
No Espírito Santo, onde 22,8% da população total está em idade escolar, há 91,2% das crianças e jovens (quatro a 17 anos) matriculados. Porém, a taxa de analfabetismo ainda é grande, se bem que ainda assim abaixo da média nacional. Entre a faixa da população com 15 anos ou mais a taxa é de 6,4%. A média nacional é de 8.6%. 
 
Além de não conseguirem atingir a meta de matrículas, os estados ainda enfrentam dificuldade quanto ao atraso das crianças e jovens nas escolas. No Espírito Santo, por exemplo, a taxa de crianças (4 a 17 anos) com mais de dois anos de atraso nas escolas é de 10,3%, pouco abaixo da média nacional de 13%. 
 
Entre as principais cidades do Estado, os municípios da Serra (27,7%) e de Cariacica (27,0%) são os que mais apresentam distorção idade-série entre os alunos do ensino fundamental (fase final). Vitória possui 22,9% de alunos nessa condição, enquanto Vila Velha possui 16,9%. 
 

Segundo o levantamento, os alunos com mais distorção idade-série, reprovados e com antecedentes de abandono são mais propensos a não concluir os estudos. 

 
De acordo com a entidade, só no ensino médio a taxa nacional de evasão de 2010 foi 10,3%, maior que as dos anos iniciais (1,8%) e finais (4,7%) do ensino fundamental. 
 
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), citados no relatório, 40,3% dos jovens deixam o sistema escolar alegando falta de interesse. O mesmo estudo mostra que parte considerável dos jovens entre 15 e 17 anos ainda não chegou ao ensino médio, 31,6% estão no ensino fundamental.

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