Mandado de prisão com data do último dia cinco foi expedido pelo Tribunal de Justiça contra a ex-primeira dama de Colatina, Maria Júlia Rosa Chaves Deptulski, depois de rejeitar os recursos da defesa no processo sobre irregularidades, entre elas o desvio de dinheiro público na Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Cidadania do município.
O crime ocorreu quando o marido de Maria Júlia, Leonardo Deptulski, à época no PT, exercia o mandato de prefeito, entre 2009 a 2013, mas a denúncia descarta a sua participação nas irregularidades.
O mandado, assinado pelo desembargador William Silva, atinge também a ex-presidente da Associação das Damas de Caridade de Colatina, Lenize Lilia Tozzi Fachetti, e a servidora pública municipal Clerismar Lyrio. Assim como a ex-primeira-dama, as duas pegaram sete anos e seis meses prisão. As três foram condenadas ao regime inicial semiaberto.
A sentença foi proferida no dia 21 de julho de 2017 pelo juiz Marcelo Feres Bressan, da 3ª Vara Criminal de Colatina, mas até este mês se desenvolvia em meio a recursos, aguardando julgamento em instância superior, no Tribunal de Justiça.
A ação foi instaurada pelo Ministério Público Estadual, que, à época, denunciou oito pessoas. Ao final do processo, no entanto, cinco acabaram sendo absolvidas.
Segundo a denúncia, o desvio dos recursos públicos ocorria por meio de um convênio entre o município e a Associação das Damas de Caridade de Colatina, então presidida por Lenize Lília Tozzi Fachetti. O esquema foi comprovado depois da quebra de sigilo telefônico das envolvidas, com ordem judicial.
Na sentença na primeira instância, o juiz Marcelo Feres Bressan descreve como os acusados agiam. De acordo com a denúncia do Ministério Público, “existia um esquema ilícito ligado ao setor da assistência social no município de Colatina cujo objetivo era propiciar o enriquecimento”.