Os policiais militares, civis e bombeiros vão participar da manifestação integrada dos servidores estaduais que está marcada para esta quinta-feira (24), quando será realizada uma assembleia geral unificada em frente ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES), em Vitória, às 10 horas. A categoria que integra a segurança pública do Estado resolveu fortalecer o movimento dos servidores estaduais, que pleiteiam 5,56% de reajuste imediato, para dar início à recomposição das perdas que já ultrapassam 29,15%.
Paralelamente, a categoria continua unida na Frente Unificada de Valorização Salarial dos Policiais Civis e Militares e Bombeiros Militares com outras ações planejadas para alcançar o reajuste salarial, que, segundo eles, já está no limite para ser implementado, após quatro anos de arrocho.
Historicamente conhecidos pela discrição, os bombeiros militares também resolveram participar da manifestação, que vai contar com uma carreata até o Palácio Anchieta, Centro de Vitória. De acordo com o tenente Emerson Luiz Santana, presidente da Associação dos Bombeiros Militares do Espírito Santo (ABMES), a Frente, inicialmente, busca a recomposição imediata, que é pleiteada pelo conjunto dos servidores estaduais de 5,56%, referentes a janeiro de 2018 a julho de 2019, além da estipulação de uma data base para o funcionalismo estadual.
Os agentes da segurança pública, no entanto, reivindicam ainda a recomposição completa dos últimos quatro anos, esperando que o Governo do Estado reabra o canal de negociação que, como apontam os policiais e bombeiros, está suspenso, à espera da chamada dos gestores públicos para nova reunião. Eles aguardam resposta sobre a proposta de reajuste apresentada. Até então, segundo o tenente Emerson Luiz, o Governo afirmou que ainda analisa a pauta.
De acordo com dados divulgados pela Frente, nos últimos anos (2014/2019), enquanto a inflação acumula um índice de 35,53%, os salários dos policiais tiveram reajuste de apenas em 4,5%, tornando praticamente impossível arcar com compromissos básicos sem recorrer a endividamento constante que compromete até a integridade dos policiais no exercício de suas atribuições”. Como comparação, o salário base dos policiais militares do Distrito Federal é de R$ 7,1 mil. Na lanterna do ranking, o Espírito Santo paga uma média de R$ 2,7 mil.
Recentemente, foram instalados outdoors na Grande Vitória denunciando que tantos policiais civis quanto os militares amargam os piores salários do País. O tenente Emerson Luiz afirma que, caso até o dia 24, não haja resposta com cronograma para reajuste dos salários, novas ações serão tomadas. Também está em curso uma campanha salarial nas redes sociais das associações que integram a frente.
Nova reunião
O governo do Estado informou, no último dia 11, que o secretário de Segurança, Roberto Sá, quer ficar à frente do processo de negociações com os policiais e que faz parte do planejamento do governo Renato Casagrande valorizar os agentes estaduais de segurança, a exemplo do que fez em seu primeiro mandato entre 2011 e 2014.
E, ainda, que a próxima reunião com a Frente deverá ser agendada com participação das duas secretarias, de Segurança e Gestão e Recursos Humanos, e que o prazo para o encontro ainda não se esgotou. Nos encontros anteriores realizados com representantes da Frente, segundo o governo, foi apresentada uma proposta que está em análise, e ficou acordado que uma nova reunião seria realizada em outubro, com data a ser marcada.