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Dia Mundial do Hip Hop será comemorado em Vitória

O dia 12 de novembro é lembrado internacionalmente como Dia Mundial do Hip Hop, data oficializada a nível estadual com aprovação da Assembleia Legislativa. Neste ano, diversos artistas vinculados à cultura hip hop no Estado organizam um evento comemorativo nesta terça-feira (11), de 18h às 22h, no Museu Capixaba do Negro (Mucane).

O local fica próximo ao Parque Moscoso, lugar emblemático para os encontros de amantes dessa cultura quando ela começava a ser conhecida pelos capixabas. Entre as presenças confirmadas estão DJ Jota, o grafiteiro e rapper Sagaz, o poeta Abelhão e os b-boys Madruga, Ciel, Arthur e Thiaguin. Mas a programação não é fechada, muito pelo contrário. O palco e demais espaços estarão abertos para artistas que quiserem somar com seu trabalho, especialmente dentro dos quatro elementos que constituem a cultura hip hop, que são o rap, o DJ, o breakdance e o graffiti.

A iniciativa do evento é do Coletivo 0800, grupo provisório e informal criado inicialmente para realizar este evento, que será totalmente gratuito e construído na base da colaboração e doações dos artistas. “Várias pessoas estão se prontificando a participar, todas que, para além de suas carreiras artísticas, têm compromisso com o movimento e a cultura hip hop”, diz Pandora da Luz, uma das organizadoras do evento que promete trazer “a cara do hip hop old school”, que ela considera que acabou perdendo espaço nas últimas décadas com a realização de grandes eventos pagos.

Pandora entende que o hip hop nasceu em vários lugares do mundo ao mesmo tempo, juntando diversas influências. No caso do Brasil, o diálogo com músicas e danças tradicionais brasileiras, como o repente ou a capoeira. O mês de novembro, que remete ao ano de 1973, foi quando se realizou de forma mais organizada a ideia de juntar os diferentes elementos artísticos num só movimento, com influência das comunidades negras e latinas nos Estados Unidos.

Embora no Espírito Santo haja um lei que reconheça o Dia Estadual do Hip Hop, Pandora lamenta que não haja recursos vinculados para realização de evento comemorativo na data, dada a importância do movimento para dar voz e formar artistas especialmente nas periferias das grandes cidades capixabas. O evento deste ano pretende servir de ponto de partida para outras atividades de formação ao longo de 2020.

“O hip hop sempre teve papel importante para a juventude periférica e favelada e deu uma grande contribuição ao movimento negro em termos de estética, de denúncia das mazelas do racismo e também na luta anticapitalista, na questão da equidade de gênero”, lembra Pandora da Luz. Diante da atual conjuntura adversa para movimentos sociais, populações periféricas e políticas públicas para transformação social, ela considera que o papel do movimento hip hop se torna ainda mais importante. 

“O hip hop tem uma responsabilidade muito grande, nasceu para cumprir a tarefa de denunciar as mazelas do capitalismo e do racismo mundo afora. É um momento importante para retomar. Nunca perdemos isso, mas às vezes as pessoas se distraem de sua tarefa  e acham que não têm responsabilidade política. Mas o hip hop tem uma responsabilidade política, social, ideológica. Não nasceu para o mercado, ao contrário do que alguns podem pensar por conta dos artistas que ganham expressão, mas como um movimento que veio para dar uma resposta à xenofobia, racismo, LGBTfobia e as opressões que existem até hoje”.

AGENDA CULTURAL

Comemoração do Dia Mundial do Hip Hop

Quando: Terça-feira, 12 de novembro, de 18h às 22h

Onde: Museu Capixaba do Negro Veronica da Pas (Mucane) – Avenia República, 121, Centro de Vitória/ES.

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