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Assembleia realiza reunião para discutir fechamento de escola em Cariacica

As Comissões de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Educação da Assembleia Legislativa abraçaram a causa de pais, responsáveis e alunos da escola Escola Estadual Pública de Ensino Fundamental (EEPEF) Professora Ilda Meirelles Freire, localizada em Boa Vista, zona rural de Cariacica. Uma reunião conjunta dos colegiados irá debater o problema, na próxima segunda-feira (2), às 13h, com o objetivo de encontrar alternativa para 20 estudantes da unidade que estão com as matrículas bloqueadas para o próximo ano.

Ao tentar realizar o procedimento, pais e responsáveis pelos alunos descobriram que a escola não consta no sistema da Secretaria de Estado da Educação (Sedu), sem que o fato fosse comunicado previamente à comunidade. Com o fim do período de rematrícula, eles lutam contra o tempo para encontrar uma solução para o problema, sob risco de ficarem sem vagas nas escolas das redondezas. 

O presidente da Comissão de Proteção à Criança, deputado estadual Lorenzo Pazolini (sem partido), mantém contato com a comunidade. A presidente da Associação de Moradores de Boa Vista, Raquel José de Sant’Anna Araújo, explica que uma reunião chegou a ser realizada com representantes da Sedu nessa segunda-feira (25), mas o impasse continua.

Segundo ela, os gestores da educação estadual ainda não afirmaram se a escola vai funcionar no ano letivo de 2020. “Eles falaram apenas que os pais não precisam se preocupar que o sistema pode ser reaberto até janeiro”. A Sedu prometeu ainda uma reunião com a comunidade, mas ainda sem data marcada. Quem também pretende ir à comunidade são os deputados estaduais das comissões relacionadas ao tema.

Comunidade quer unidade aberta 

A líder comunitária Raquel Sant’Anna afirma que o desejo da comunidade é o de que a escola permaneça na região, pela proximidade da residência dos alunos. São 20 estudantes de baixa renda que dependem da unidade. 

Laudite Souza da Silva Santos, de  53 anos, moradora de Boa Vista, estudou quatro anos na escola e seus três filhos também estudam. Segundo ela, a unidade é centenária e faz parte da história da comunidade. 

A escola foi fundada por Ilda Meireles Freire em terreno doado por seu marido, que também construiu uma sala para que ela ensinasse. A professora Ilda era ainda quem fazia a merenda em sua casa em fogão a lenha e arrumava a escola.

Caso seja fechada, não há ainda ideia do que se fazer com o prédio, cujo investimento foi realizado com recursos públicos em terreno doado por um morador da região.  O que tem causado a indignação da comunidade também é o fato de a Sedu ter, recentemente, reformado a escola. Por meio de fotos dos ambientes reformados e até da placa onde são explicitados os valores e prazos para execução da obra, os moradores da localidade de Boa Vista acusam a Sedu de falta de planejamento e desperdício de recursos públicos. Foram gastos R$ 144,7 mil em obras de manutenção civil e elétrica, num prazo de 210 dias. 

Fechamento de outras unidades

Em 2018, último ano do mandato do ex-governador Paulo Hartung, houve um forte movimento de fechamento de escolas, sobretudo em comunidades das zonas rurais do interior. Na ocasião, o motivo era a transferência dos estudantes para unidades da Escola Viva, vitrine do então governo. Por meio de forte reação e, com apoio do Ministério Público, algumas delas foram reabertas. 

Recentemente, moradores de Castelo reagiram ao possível fechamento da escola Emilio Nemer, conhecida como Cetec, devido ao período em que funcionou como escola técnica. Para a comunidade, a especulação imobiliária seria o motivo do fechamento da escola, cujo prédio está numa área muito valorizada do centro da cidade. 

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