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Erick Musso agora busca ‘juntar os cacos’ diante da pressão do governo 

Um dia antes de vencer o prazo estipulado pela Justiça Federal para dar explicações sobre a eleição antecipada da Assembleia Legislativa, nesta sexta-feira (6), o deputado Erick Musso (Republicanos) se articula para garantir que não se desfaça o grupo formado por 22 parlamentares que o apoiaram e assinaram a “Carta ao Povo do Espírito Santo”, com a qual ele renunciou à votação que estendia seu mandato de presidente até 2023. 

Nesta quinta-feira (5), ele esteve reunido com assessores mais próximos, para analisar a situação, a fim de traçar como enfrentar a pressão do governador Renato Casagrande (PSB), exercida por meio de instituições e atuação nas bases de parlamentares. O presidente da Assembleia agora ”tem que juntar os cacos”, segundo análise de uma liderança política, que coloca em dúvida a manutenção do grupo, considerando interesses partidários e a proximidade das eleições municipais de 2020.    

A começar pela explicação à ação civil pública impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pede anulação da sessão da Assembleia realizada no último dia 27. Decidida de última hora, a sessão possibilitou a eleição de Musso e de seus aliados em chapa única, com o apoio da maioria dos deputados. Caso a ação da OAB seja acolhida, poderá resultar na suspensão parcial ou total da eleição da Mesa Diretora.

Depois da investida do governador Renato Casagrande, atuando com a ampliação de seu raio de influência em todos os setores, o presidente da Assembleia se vê diante da possibilidade de experimentar um período no qual o seu grupo apesenta forte tendência de encolher. A estimativa nos bastidores é que dos 22 que assinaram a carta, apenas 10 deputados permaneçam, e, mesmo assim, sem muitas garantias.

As eleições de 2020 estão às portas e o espectro do governador emite uma densidade muito mais intensa do que a provocada pelos poucos mais de 21 mil votos do deputado, mesmo levando em conta sua movimentação juntos aos prefeitos, a estrutura da Assembleia e apoios de outras lideranças, entre elas o deputado federal Amaro Neto (Republicanos).

Hoje, esse é o quadro, Casagrande conseguiu cortar no nascedouro um embate que poderia criar obstáculos à sua reeleição, em 2022, e que tem que ser rebatido a partir das eleições do próximo ano. Dos 10 deputados que estariam com Erick, seis são pré-candidatos a prefeito, em um cenário que deve passar por alterações, colocando-o numa posição ainda mais desconfortável. 

Nessa quarta-feira (4) Erick Musso recuou e resolveu renunciar ao resultado da votação que garantia a extensão do seu mandato até 2023. Em uma “Carta ao Povo do Espírito Santo”, subscrita por 22 deputados, ele justifica a medida para que se resguarde a “estabilização e harmonia entre os poderes”. A decisão, no entanto, não torna sem efeito a ação da OAB, pois a eleição ainda poderá ser realizada em data posterior, considerando a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a antecipação da disputa, prevista até então para 2021.

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