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Homens também precisam se engajar no enfrentamento à violência contra mulher

A Campanha Laço Branco, que busca sensibilizar e mobilizar os homens para o enfrentamento da violência contra mulher e promoção da equidade de gênero, será lançada nesta sexta-feira (6) na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A atividade acontece em passeata às 17h pelo campus da universidade em Goiabeiras, com a distribuição de laços brancos aos homens.

A campanha existe em dezenas de países e é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data seis de dezembro faz referência a um crime ocorrido no Canadá em 1989, quando o jovem Marc Lépine invadiu a sala de uma universidade e assassinou a tiros 14 mulheres, antes de suicidar-se, deixando uma carta em que dizia que não suportava ver mulheres estudando Engenharia. O debate e mobilização após o ocorrido gerou a primeira Campanha do Laço Branco, quando homens e mulheres se uniram contra a violência de gênero.

Antes da caminhada de lançamento da campanha em Vitória, a questão será tema do II Colóquio Homens e a Violência Contra as Mulheres, que acontece esta tarde na sala 2 do edifício IC-3 no mesmo campus. O evento é realizado pelo Laboratório de Estudos de Gênero, Poder e Violência (LEGPV), contando com participação de representantes da Ufes, da Polícia Civil e da Prefeitura de Vitória, do Fórum de Homens Capixabas Contra a Violência Contra a Mulher e palestra de Fernando Acosta, psicanalista especialista em Saúde Pública e Psiquiatria Social. O assunto em debate será “Homens autores de violência contra as mulheres”.

“A violência de gênero tem causa no entendimento masculino de que existe uma hierarquia na qual as mulheres são sempre inferiores aos homens e, por desconhecimento de valores à dignidade humana, as agressões às mulheres são repetidas com frequência”, pontua a professora Maria Beatriz Nader, coordenadora do LEGPV. 

Faz tempo que os números são estarrecedores. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no país. Quase 40% das mulheres passaram por algum tipo de assédio nesse período. No ano passado foram mais de 1.200 feminicídios, assassinatos motivados pela condição de sexo feminino, o que responde por quase 30% dos homicídios dolosos contra mulheres.

Nesse sentido, a professora entende ser importante a atuação junto aos homens, agentes das agressões. “Para coibir a violência de gênero, profissionais das áreas de saúde, de assistência social, de segurança pública, de educação e policiais civis e militares têm se unido em grupos de reflexão e ajuda para intervir na ressocialização dos homens agressores, condenados ou não. O intuito dos grupos é colaborar na reeducação desses homens e fazê-los compreender que homens e mulheres são iguais perante a lei, e na sociedade essa igualdade deve prevalecer a todo custo”, explica Maria Beatriz Nader.

Fernando Acosta também estará às 18h na Casa do Cidadão, em Maruípe, para a roda de conversa “Homens pelo fim da violência contra as mulheres”, organizada pelo Fórum de Homens.

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