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Arena da greve

A permanecer o cenário atual da disputa à prefeitura de Vitória diante do lançamento da pré-candidatura do coronel Nylton Rodrigues (Novo), ex-comandante da Polícia Militar e ex-secretário de Segurança Pública de Paulo Hartung e, no campo contrário, não naufragar o projeto do PSL de erguer palanque para o deputado estadual Capitão Assumção, a arena da greve da PM de 2017 será transportada para 2020, colocando à prova os efeitos do movimento que até hoje reverbera na tropa. De um lado o representante da corporação do alto escalão que compactuou com todas as ações de Hartung na maior crise da segurança pública do Estado, com abertura de inquéritos, demissões, perseguições e a tão criticada lei de promoções. Do outro, o deputado que foi preso na época, tem sido a principal voz da categoria na Assembleia e denuncia constantemente as consequências do movimento, ainda visíveis na tropa. O embate entre Nylton e Assumção não ficou no passado, pelo contrário. O deputado, em vários de seus discursos, cita o “pacote de maldades de Nylton” e os prejuízos do seu período à frente da corporação. Já o ex-comandante da PM continua a aparecer em público para reforçar seu posicionamento e, neste ano, criticou a anistia concedida por Renato Casagrande aos militares, assim como fez Hartung, e “comemorou” na imprensa a condenação de Assumção na Justiça sob acusação de ter sido o grande incentivador e principal articulador da greve, segundo ele, em nome de projetos pessoais e votos. Com uma prévia dessa, na briga pela segunda principal vitrine política do Estado, seria um teste de fogo e tanto!

Termômetro?

Embora eleições completamente diferentes, se for contar por 2018, os militares ligados à tropa e que tiveram participação na greve, Assumção e Alexandre Quintino (PSL), ficaram “bem na foto” no pleito à Assembleia, com 27,7 mil e 23,3 mil votos, respectivamente. Já André Garcia, a aposta de Hartung, que atuava ao lado de Nylton como secretário de Segurança Pública, levou 18,5 mil e bateu na trave da coligação do MDB.

Mesma área

Garcia, aliás, também do coro contra a anistia, já foi cotado também para a prefeitura de Vitória pelo próprio partido, mas o assunto deu uma esfriada. “Um é pouco, dois é bom, três é demais”…

Muito atraso

Por falar nos personagens da alta cúpula, Hartung, o coronel Nylton e André Garcia passavam ilesos pela greve no âmbito judicial, ignorando a omissão do governo na negociação para pôr fim ao movimento. Situação, inclusive, denunciada várias vezes por Assumção. Até que, finalmente, o Ministério Público Estadual (MPES) resolveu publicar uma portaria de investigação, no final de 2018. Mas de resultado, nada ainda.

Funil

Voltando às eleições, neste momento de articulações, todo mundo quer entrar no jogo para valorizar o passe e assumir posição na mesa de negociação. O campo de Vitória há tempos está congestionado, com nomes competitivos, principalmente do deputado federal Amaro Neto (Republicanos) e do deputado estadual Sergio Majeski (PSB), campeões de votos em 2018. Sem essas definições, os demais nós da disputa não desatam. 

Funil II

Outro que já está na cotação é o deputado estadual Lorenzo Pazolini (sem partido). Já Fabrício Gandini (Cidadania) é peça confirmada, a única do prefeito Luciano Rezende para fazer um sucessor.

Uma atrás da outra

O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), já acumula duas derrotas judiciais e, logo mais, deve vir a terceira. Pelo entendimento idêntico da Justiça estadual e federal na anulação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que garantiu a eleição antecipada, mesmo caminho terá a ação assinada pelo Cidadania, a pedido de Gandini. Que fim de ano, hein!

Só piora

Erick ainda arrumou outro “problemão” para o governo do Estado. Não bastassem os ruídos políticos que sua iniciativa causou, quem está a perigo, do ponto de vista de Casagrande, é a nova Previdência Estadual, projeto prioritário de sua gestão em 2019.

Direitos

Estão certíssimos os sindicatos dos servidores estaduais (Sindipúblicos) e da Assembleia (Sindilegis) de exigirem a anulação da PEC da reforma, já que teve tramitação idêntica à da eleição de Erick. Repito a pergunta da primeira entidade: por que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), em sua ação civil pública, ignorou essa parte tão relevante?

Provas

O deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) tem feito do seu Facebook uma prestação de contas eterna, com fotos e textos, das indicações que fez ao governo Renato Casagrande para a região sul do Estado, onde tem reduto eleitoral. Como quem diz: se não acatar, a culpa não é minha. Os dois são rompidos politicamente e Theodorico se intitula “independente”.

PENSAMENTO:

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos”. Friedrich Nietzsche

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