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Balançaram, mas não caíram

Ameaçados por processos de cassação na Justiça Eleitoral, os prefeitos Daniel da Açaí (PSDB) e Francisco Bernhard Vervloet (PSDB), o “Chicão”, das cidades vizinhas de São Mateus e Conceição da Barra, no norte do Estado, conseguiram chegar ao final de 2019 sem perder os respectivos cargos. Os respiros finais para os dois vieram na última semana, inclusive no mesmo dia, com Daniel já em uma situação praticamente definitiva na batalha judicial iniciada ainda em 2017. Depois de muitos recursos, manobras e liminares, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reverteu a decisão do Tribunal Regional (TRE-ES) no caso do prefeito de São Mateus, por não ter vislumbrado crime eleitoral na distribuição de água à população no período da grave seca, garantindo a permanência dele na cadeira. Chicão, por sua vez, que começou a saga este ano, em ação que o acusou de abuso de poder político por lançar programa social para benefício próprio na disputa de 2016, obteve duas vitórias em poucos dias, mas ainda terá um longo caminho a percorrer. Se seguir os passos de Daniel, porém, conseguirá completar o mandato, que se encerra em 2020. As metas dos prefeitos vão além: manter-se inteiros e limpos na Justiça para buscarem a reeleição, quando esbarrarão nos blocos adversários, que estão nas ruas há muito tempo, primeiro na torcida para deixarem a prefeitura, agora, atrás de munição para o provável embate das urnas.

Balde de água fria

A última vitória de Chicão foi resultado de medida movida, mais uma vez, pelo PMN, então partido do seu adversário em 2016, Manoel Pé de Boi, que tentou derrubar a decisão que o manteve no cargo. A medida freou a notificação que estava prestes a ocorrer determinando a passagem do bastão ao presidente da Câmara de Vereadores, Mateusinho Vasconcelos (PP), que já estava na expectativa de assumir a cadeira.

Atores locais

O ex-prefeito Manoel Pé de Boi perdeu pra Chicão por uma diferença de apenas 1,2 mil votos e já foi anunciado pelo Cidadania como seu candidato no próximo ano. O vereador Mateusinho, filho do ex-prefeito Mateusão, há muito tempo também é cotado para a disputa à prefeitura. Ele foi o mais votado à Câmara em 2016.

Acirrada

Já em São Mateus, o cenário aponta, principalmente, para os nomes do ex-deputado federal Jorge Silva (SD), que é forte na região, e do deputado estadual Eustáquio de Freitas (PSB), impulsionado pelo governador Renato Casagrande. Outra liderança que pode aparecer na disputa é o ex-prefeito Amadeu Boroto (sem partido), convidado a se filiar ao PSD, partido de Neucimar Fraga e do deputado Enivaldo dos Anjos, que, sempre que pode, manda tiroteio pra cima de Daniel da Açaí.

Projeto familiar

Em seus inúmeros discursos sobre o caso, Enivaldo citava o projeto do ex-prefeito de Mateusão, que ficou um tempo preso por crimes tributários, de eleger o filho em 2020 para o comando de Conceição da Barra. Os dois chegaram até a realizar caminhadas em favor da candidatura, aproveitando a “baixa” de Chicão.

Campo eleitoral

No Dia do Serrano, nessa quinta (26), a Capital do Estado foi transferida simbolicamente para o município em solenidade na Câmara de Vereadores, que rendeu gracejos, discursos, confetes e afins. Casagrande, homenageado com a Comenda Ulysses Guimarães, posou pra foto entre o prefeito Audifax Barcelos (Rede) e o presidente do legislativo, Rodrigo Caldeira (Rede), além, é claro, do seu candidato por lá, Bruno Lamas (PSB).

Até quando, vai saber…

Audifax e Caldeira, apesar de pertencerem ao mesmo partido, já tiveram muitos momentos de guerra declarada. Nos últimos tempos, estão numa fase “paz e amor”. Pelo menos nas aparências…

Recado

Outra liderança da Serra, Vandinho Leite (PSDB), gravou vídeo nas redes sociais parabenizando os moradores, mas sem deixar de dar uma cutucada no final: “essa cidade pode muito mais”. O deputado estadual também já se colocou na disputa à prefeitura do próximo ano.

Paternidade

Já o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), ex-prefeito do município, também se referiu à data nas redes, mas voltou a marcar território nas obras do Hospital Materno Infantil, que Audifax vende como grande projeto de sua gestão. Vidigal disse que mandou mais recursos, R$ 3 milhões – somando R$ 10 milhões ao todo – e que sua mulher, Sueli Vidigal (PDT), quando estava na Câmara dos Deputados, deixou em caixa R$ 25 milhões.

Vapt-vupt

A coluna se ausentará a partir da próxima semana para um período de férias. Até a volta! 

PENSAMENTO:

“Não há verdade verdadeira que não seja subjetiva, isto é apropriada”. Soren Kierkegaard

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