Após reivindicação, os estudantes da Universidade de Vila Velha (UVV) terão desconto de 15% nas mensalidades para quem pagar até o dia primeiro de cada mês e de 10% para aqueles que pagarem depois dessa data. Eles também poderão parcelar o valor do semestre em oito vezes, em vez de seis, caso julguem necessário.
O desconto foi solicitado em decorrência da impossibilidade de aulas presenciais diante da pandemia do coronavírus, fazendo com que estudantes que pagam por cursos presenciais tenham que ter aulas virtuais. O aprofundamento da crise econômica por causa da pandemia também motivou a reivindicação, já que muitos estudantes e seus familiares perderam seus empregos ou, no caso dos trabalhadores informais, estão com a renda comprometida devido à impossibilidade de trabalhar. De acordo com o Diretório Central do Estudante (DCE), os fiadores e responsáveis pelo pagamento das mensalidades encontram dificuldade para quitar o valor em meio à crise da pandemia.
De acordo com o presidente do DCE da UVV, Jonas Lube, os estudantes reivindicaram 30% de desconto, mas mesmo não conseguindo essa porcentagem, trata-se de uma vitória importante. “É uma conquista do Movimento Estudantil, uma luta unificada do DCE, atléticas e centros acadêmicos”, comemora. Jonas explica que o desconto valerá somente para quem paga o valor integral da mensalidade, independentemente do nível de ensino e modalidade.
Quanto ao parcelamento das mensalidades, os interessados em usufruir desse benefício devem procurar o Núcleo de Atendimento ao Aluno da universidade para solicitar, explica Jonas. Também foi reivindicada junto à UVV a criação de alternativas para os estudantes que não têm acesso à internet. Segundo Jonas Lube, a solução encontrada foi que, ao recomeçar as aulas presenciais, o conteúdo será disponibilizado para esses alunos, que posteriormente farão trabalhos acadêmicos e avaliações.
Jonas Lube destaca que os estudantes ainda aguardam respostas da UVV sobre como serão as avaliações dos alunos que estão tendo aulas virtuais, pois a universidade ainda não deixou isso claro. Também esperam uma resposta da instituição de ensino sobre as bolsas de iniciação científica, que foram suspensas. Os estudantes reivindicam o fim da suspensão.
Retorno das aulas presenciais
A UVV sinalizou a possibilidade de retorno das aulas presenciais para o dia 18 de maio. Segundo a universidade, a confirmação do retorno levará em conta as recomendações dos órgãos competentes. Caso isso ocorra, a UVV afirma que serão adotadas medidas preventivas, como disponibilização de álcool gel e distribuição de máscaras para toda a comunidade acadêmica.
De acordo com Jonas Lube, se a UVV confirmar o retorno das aulas presenciais, os estudantes irão reivindicar mais medidas de prevenção. Para ele, somente utilização de álcool gel e máscaras não são suficientes. “Não dá para colocar alunos em uma sala, não tem como fazer o distanciamento necessário entre um e outro, tem que colocar em espaços maiores”, exemplifica.
Professores da UVV manifestam preocupação com a possibilidade de voltar à sala de aula. Eles apontam, por exemplo, que a universidade não têm locais disponíveis para o devido espaçamento entre alunos. “Não é possível colocar todos os estudantes, de todas as turmas, em locais alternativos à sala de aula, que não permite o distanciamento”, dizem. Os educadores destacam, ainda, a dificuldade de dar aula de máscara.
Linha de crédito
As reivindicações do DCE da UVV ultrapassam as necessidades dos estudantes dessa universidade. A entidade encaminhou para a Ouvidoria do Governo do Estado e para a Secretaria Estadual de Educação um requerimento no qual solicita a criação de uma linha de crédito estudantil, com possibilidade de financiamento de até 100% da mensalidade, com taxas de juros de 1% ao ano e pagamento para dois anos após a conclusão do curso.
Segundo Jonas Lube, o Governo do Estado ainda não deu resposta. Por isso, estuda a possibilidade de articulação com o legislativo para ampliar a possibilidade de diálogo.