Apenas 20 municípios capixabas ainda não confirmaram casos de Covid-19 até o momento, segundo o Painel Covid-19 desta terça-feira (5). São eles: Água Doce do Norte, Águia Branca, Alto Rio Novo, Atílio Vivacqua, Conceição da Barra, Dores do Rio Preto, Governador Lindenberg, Ibatiba, Itaguaçú, Itarana, Jaguaré, Laranja da Terra, Mantenópolis, Marilândia, Mucurici, Muqui, Ponto Belo, São Domingos do Norte, Vargem Alta e Vila Pavão.
Em outros onze, há até o momento apenas um caso confirmado: Boa Esperança, Brejetuba, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Ecoporanga, Ibitirama, Iúna, Montanha, Muniz Freire, Pancas e Rio Bananal.
O cenário, no entanto, é muito dinâmico e sofre interferência da subnotificação. Como afirmou na manhã desta terça o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, “não podemos ter a ingenuidade de acreditar que uma doença que estava em um bairro da China em dezembro, numa província da China em janeiro e hoje já se espalhou no mundo, não esteja presente em todos os municípios brasileiros e capixabas”.
Por isso, faz-se necessário a adoção de medidas de distanciamento social e isolamento das pessoas de risco, além de uso de máscaras nas ruas e estabelecimentos comerciais e públicos por todos, além da lavagem de mãos e limpeza de superfícies. “Lavar as mãos e limpar superfícies é mais importante que usar máscara”, ressalta. “Mas é muito importante que, quem tem sintomas gripais, faça um diagnóstico presencial com um profissional de saúde, fique em isolamento social em casa por 14 dias e use máscaras”, orientou.
Letalidade masculina
Seguindo uma tendência mundial, os homens representam a maioria dos óbitos pela Covid-19 no Espírito Santo. Do total de 133 mortes até agora, o gênero masculino está associado a 77 registros (58%), enquanto as mulheres são 56 (42%). Já em relação ao total de casos confirmados, dos 3.540 totais, os homens somam 1.625 (46%) e as mulheres, 1.914 (54%).
A maior letalidade masculina é um fenômeno mundial, sendo registrada em todos os países da pandemia, desde a China até o Brasil, e a Ciência ainda não apresentou uma explicação definitiva para isso. As suposições envolvem genética, hormônios e estilo de vida.
Reportagem recente da BBC News Brasil, enfatizou o estilo de vida, afirmando uma tendência maior de consumo de bebidas alcoólicas e fumo entre os homens. Além disso, prossegue o jornal, “fumantes tocam a boca a todo o momento, porta de entrada para o vírus, e têm mais chances de compartilhar cigarros contaminados”.
“E, num contexto mais amplo, também há o fator comportamental: estudos mostram que homens lavam menos as mãos do que as mulheres, tendem a usar menos sabão, assim como deixam de ir ao médico com regularidade e ignoram os alertas das autoridades de saúde”, complementa.
Sobre a genética, a reportagem cita que “pesquisas mostraram que as mulheres geralmente têm sistemas imunológicos mais fortes do que os homens e, portanto, debelam infecções com mais facilidade”, fato que estaria associado ao cromossomo X, detentor de um grande número de genes relacionados à imunidade. As mulheres possuem dois cromossomos X e os homens apenas um.
Do ponto de vista hormonal, o estrogênio, hormônio sexual muito mais prevalente nas mulheres, foi analisado num estudo com fêmeas de camundongos infectadas pelo vírus da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave), causada por outro tipo de coronavírus e responsável por um surto em 2003, e teria protegido melhor as fêmeas de camundongos do vírus.
Além disso, informa a BBC, a testosterona, hormônio sexual mais predominante nos homens, tende a ser imunossupressora. Essa é a razão pela qual homens com níveis mais altos de testosterona tendem a responder pior a infecções respiratórias, por exemplo.
Barba
Outro aspecto a se considerar é o uso de barba. Segundo a médica Eliana Bicudo, assessora técnica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em reportagem da Agência Brasil, o coronavírus sobrevive no cabelo e na barba. Por isso, entre os equipamentos de proteção individual (EPI) usados por profissionais de saúde, estão a touca e a máscara.
Mas o maior problema está relacionado à dificuldade de vedação da máscara em rostos com barba. “A máscara precisa estar bem firme, vedada e ajustada ao rosto. Com barba, isso, no mínimo, fica difícil. Por esse motivo, os profissionais que lidam com a Covid-19 não podem ter barba”, acrescenta.