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O diretor foi muito corajoso ao botar o dedo na ferida de um tema tão polêmico como a islamização da Europa

Fiquei impressionado com a sinceridade deste filme. O diretor foi muito corajoso ao botar o dedo na ferida de um tema tão polêmico como a islamização da Europa. 

Pois bem, a história começa como um thriller policial normal. Pais desatentos perdem a filha de vista durante uma festa country. Ao final da festa, o pai de Kelly Balland não consegue encontrá-la, mesmo depois de perguntar a todos e, inclusive, para as amigas da filha. Ele começa a perceber que conhecia muito pouco da própria filha, quando as meninas admitiram que já fazia muito tempo que não falavam com Kelly.

Primeiro o pai Alain Balland presta queixa na polícia, mas o desinteresse dos servidores públicos acaba irritando-o e ele resolve investigar sozinho. Ao voltar para casa, o pai Alain revira os pertences da filha e encontra um caderno com palavras escritas em alfabeto árabe. Alain suspeita de Ahmed, filho de uma família árabe conhecida dos Balland mas insuspeita porque aparentam bem adaptados, todos os membros falam francês.

Alain não consegue compreender os textos no caderno, por isso, a família contrata um detetive particular realmente eficiente que constata a conversão de Kelly ao Islã. Alain fica obcecado em encontrar sua filha, e como não consegue encontrar ajuda, revolve iniciar a investigação por conta própria.

A primeira parte do filme é ambientada em 1998 e já se podia perceber a presença Islâmica na França. Alain visita bairros periféricos sem nenhum francês à procura de Kelly. Um muçulmano indica-lhe o possível paradeiro de sua filha num estranho acampamento no meio da cidade. Uma menina identifica a foto de Kelly, o que indica que ela passou por ali. Ninguém no acampamento falava sequer o básico de francês.

Encontrar a filha torna-se uma obsessão para Alain, ele perde quase todo o dinheiro, se separa da mulher e vira um bêbado rancoroso. A única pessoa que ainda não o abandonou foi seu filho Kid. Os anos se passaram e Alain já perdeu muito dinheiro subornando pessoas e pagando viagens para países estrangeiros. A angústia só aumentou, porque na sua busca ele ficou muito próximo de encontrá-la, estando sempre um passo atrás dos árabes.

Um dia Kid assume o trabalho que seu pai deixou incompleto e parte para o Paquistão a trabalho, provavelmente numa ONG. Ele suborna os locais com medicamentos e seringas, mas não consegue nenhuma informação relevante.

Um americano relativamente famoso na região por negociar com os locais e que já estava observando-o antes propõe a Kid um emprego de guarda-costas. Ele aceita e no novo trabalho descobre que a mídia ocidental releva muito sobre a realidade em países islâmicos.

Os grupos extremistas são em muito maior número e mais comuns do que Kid imaginava. O americano promete ajudá-lo a encontrar Kelly, mas dá prioridade aos seus negócios. Ele manda Kid ficar de vigia numa loja enquanto sai para uma reunião. Kid espera observando os transeuntes, quando surge alguém familiar, ele percebe que é Ahmed e segue-o abandonando o posto. Ele acredita que a mulher de burca é sua irmã e persegue-os até em casa.

Kid espera que Ahmed e a esposa entrem no quarto para invadir. O americano deu-lhe uma arma antes de ingressar no serviço. Quando Ahmed sai do quarto, ele se assusta mas reconhece Kid. Ele pergunta sobre Kelly e Ahmed desconversa, suspeitando que possa ser um espião. O fato de conhecê-lo não diminui a suspeita.

Ahmed pega a arma, mas Kid atira primeiro matando-o na hora, a esposa sem burca acorre para ajudá-lo, não era Kelly mas uma outra esposa. Kid tenta fugir, mas é cerceado pela multidão enfurecida. Mesmo estando armado, ele leva uma bordoada de alguém e desmaia, para acordar na delegacia sob acusação de homicídio e espionagem. A pena neste caso é de morte for enforcamento.

A viúva Sharhana também vai presa acusada de colaborar com o espião, para sorte de Kid, os representantes do consulado francês aparecem para resgatá-lo antes da execução. Apesar de estar a salvo, Kid sente remorso pelo ocorrido com Sharhana. Para aliviar a culpa, ele suborna o delegado com uma pulseira de ouro e consegue levá-la para França.

O tempo passa e a família finalmente percebe que as mudanças são irreversíveis. Kelly não é mais é a mesma e nem voltará a ser e Sharhana não pode voltar ao Paquistão, foram duas decisões extremas em que não se pode voltar atrás.

O filme mostra a imigração islâmica na França em 1998, quando já existiam bairros quase exclusivos passando pelo atentado de 11 de setembro até outros ataques terroristas na Espanha, França e Inglaterra.

O roteiro não explica porque esses atentados acontecem, mas mostra que a raiz deles foi plantada na leva de 22 anos atrás. Isso pode servir de alerta para nós, que ainda não recebemos no país a imigração em massa de mulçumanos. Os que aqui estão podem ser os terroristas do futuro ?

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