‘Aumento do isolamento está nas mãos da população’, pede governador, ao apresentar nova Matriz de Risco
Está nas mãos da população capixaba, mais do que nunca, aumentar o isolamento social e, consequentemente, a velocidade de contágio do novo coronavírus. O pedido foi feito pelo governador Renato Casagrande (PSB) na noite desta quarta-feira (20), ao apresentar a nova Matriz de Risco para a Covid-19 e afirmar que não há horizonte de adoção de novas medidas governamentais voltada à redução da interação entre as pessoas, para além do aperfeiçoamento da fiscalização e da intensificação da educação e comunicação com a sociedade
O momento é crítico. Minutos depois de encerrar sua fala, o Painel Covid-19 mostrou a confirmação de mais 802 casos e 21 mortes nas últimas 24 horas. Com a letalidade em 4,02% e a relação de uma confirmação para cada 2,13 testes feitos. Agora, são 8.495 casos confirmados e 346 óbitos pela doença no Espírito Santo. Isso com pouco mais de 2% da população tendo tido contato com o vírus, segundo estimativa feita com base na primeira fase do Inquérito Sorológico. “Imagine com 4%, 10%, 20-0% da população infectada, quantas mortes!”, alertou Casagrande.
“A Matriz de Risco dará muita responsabilidade ao cidadão e aos municípios. A população, o prefeito, as lideranças vão ver: se não colaborar, aumenta a interação social, aumentam os casos, e o município pode entrar num isolamento mais radical”, explana Casagrande.
“Os municípios podem adotar medidas mais restritivas e nós continuaremos apoiando essas medidas. Quem conhece o seu município é o prefeito, o padre, o pastor, as lideranças, os moradores”, sublinhou, citando as cidades que estão apagando as luzes de praias e praças públicas e os prefeitos que decretaram fechamento severo do comércio e outras atividades econômicas e sociais.
“Independentemente do tamanho do município, que ele tenha um atendimento específico para doenças respiratórias, reservando unidades exclusivas ou alas exclusivas para isso. Separar esse atendimento dos demais pacientes, até testar e confirmar ou não a Covid”, orientou, lembrando direcionamento do secretário Nesio Fernandes, de que todo caso sintomático gripal deve ser considerado suspeito de Covid-19.
Essa é a terceira fase da Matriz de Risco, que levará em consideração também os índices de isolamento social e letalidade da doença, além do percentual da população acima dos 60 anos – considerado como grupo de risco. Serão mantidos como critérios de classificação o Coeficiente de Incidência de casos confirmados nos municípios e a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
De acordo com o governador, a nova Matriz de Risco prevê agora a classificação de Risco Extremo, além dos riscos Baixo, Moderado e Alto, que já existiam. O Risco Extremo acontece caso a taxa de ocupação dos leitos de UTI superem o percentual de 91%.
Atualmente, não há nenhum município com risco extremo, mas já são onze os de risco alto: Afonso Claudio, Alfredo Chaves, Cariacica, Fundão, Marataízes, Presidente Kennedy, Santa Teresa, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória. Apenas 22 estão com risco baixo e a maioria, 45, com risco moderado.