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​Galerias Virtuais registram cultura popular do Espírito Santo

Projeto do Coletivo 028 publica semanalmente diferentes manifestações pelo olhar de mulheres fotógrafas

Imagens da cultura popular do Espírito Santo são tema do projeto Galerias Virtuais, lançado pelo Coletivo 028, com exposições fotográficas semanais lançadas pela internet. Durante quatro segundas-feiras, são divulgadas séries de imagens registradas por fotógrafas mulheres.

Na primeira semana, os clicks de Marília Libardi na Festa de São Benedito, realizada na Serra, registrou as celebrações do Congo capixaba. Nessa segunda-feira (25) entrou no ar o trabalho de Ana Clara Ramos, com foco no protagonismo feminino no Encontro de Folia de Reis de Muqui, no sul do Estado, incluindo além das fotografias, um histórico e contextualização dessas festas pelo Brasil e no Espírito Santo. Abaixo uma pequena mostra do ensaio, que pode ser conferido de forma completa aqui.

As fotografias divulgadas na web pelo coletivo estavam previstas para serem mostradas em galerias físicas, com estreia em Cachoeiro de Itapemirim e posterior exposição em Lima, no Peru. “As exposições tiveram que ser adiadas, mas resolvemos liberar o material de forma virtual, porque no momento as pessoas estão muito conectadas, e foi a forma que encontramos para fazer esse material chegar até elas e cumprir sua função, oferecer uma atração cultural e falar de quanto é importante preservar essas manifestações”, afirma Julio Cesar Pires, um dos idealizadores do coletivo, cujo nome faz referência ao DDD da região sul do Estado, já que teve início com integrantes de Cachoeiro e Alegre, mas já conta com participantes de Vila Velha e inclusive de outros estados do Brasil.

O Coletivo 028 também já realizou exposições em Buenos Aires, na Argentina, e em Bogotá, na Colômbia. A última, como as Galerias Virtuais, tem foco na difusão do trabalho de mulheres, por meio da Mostra Internacional da Mulher Capixaba na Fotografia (MIM), cuja segunda edição é esta de forma virtual e em breve nas galerias do Brasil e Peru.

“O MIM surgiu com o objetivo de valorizar as mulheres que produzem, mas que muitas vezes são abafadas por um mercado que ainda é predominante no meio masculino. A pluralidade da primeira edição nos despertou a criar um espaço em que as fazedoras e mantenedoras das tradições culturais capixabas também pudessem ser o destaque. E daí nasceu a segunda mostra”, conta Taynara Barreto, uma das participantes.

Taynara Barreto

Ela explica que a proposta do coletivo é de ir além, buscar novos espaços, linguagens, e horizontes para dar voz a artistas que estão começando. “O coletivo atua desde 2017. Eu sentia muita dificuldade para entrar na área da fotografia artística. Muitas desistem no caminho, existe uma forma para conseguir entrar nas galerias, para passar nos editais. A ideia do coletivo é ajudar nesses trâmites e também compartilhar esse conhecimento de como fazer”, explica Julio Cesar.

Na próxima semana, o trabalho a ser exposto na Galeria Virtual é o de Taynara, que fez um ensaio fotográfico com o grupo Caxambu do Horizonte, de Alegre, município onde vive, também com um olhar atento à participação das mulheres. “O Caxambu é uma manifestação comandada por homens, mas aqui em Alegre nós vemos a atuação presente das mulheres que lutam, brigam e sustentam a tradição caxambuzeira há gerações”, diz a fotógrafa.

A quarta e última galeria a entrar no ar será a de fotografias de Daniela Parajara, registrando o trabalho das Paneleiras de Goiabeiras em Vitória.

Daniela Parajara

A preocupação do coletivo também é criar um catálogo visual de manifestações culturais contemporâneas no Espírito Santo, com registros e difusões, para criar memória e também ajudar a proteger essas tradições, para que não corram risco de desaparecer com o tempo.

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