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Falta de condições de trabalho pode deflagar greve de servidores em Vila Velha

Ricardo Aguilar, presidente do Sinfais, cobra diálogo e afirma que trabalhadores “não aguentam mais”

O Sindicato dos Servidores Públicos de Vila Velha (Sinfais) encaminhou ofício à gestão do prefeito Max Filho (PSDB), reivindicando que a administração municipal dê o suporte necessário para os trabalhares que estão na linha frente da Covid-19. A entidade afirma que tem aumentado o número de servidores infectados, principalmente os da saúde.

O Sinfais informa que isso tem acontecido principalmente no Pronto Atendimento (PA) de Cobilândia, onde, segundo a entidade, os pacientes estão amontoados sem qualquer divisão ou isolamento, os funcionários estão sem material para trabalhar, não há respiradores, e os trabalhadores cumprem jornadas exaustivas e são perseguidos pela gestão. 

“A gente está entre a cruz e a espada. Não queremos decretar greve, pois sabemos que isso pode ser muito prejudicial para a população, principalmente neste momento, mas estamos quase perdendo o controle, pois os trabalhadores não aguentam mais”, destaca o presidente do Sinfais, Ricardo Aguilar. 
Em outras áreas, os problemas se concentram entre servidores do administrativo, lotados na sede da prefeitura, onde já morreram dois trabalhadores, como aponta Ricardo. Ele questiona a prefeitura, que quer retomar as atividades presenciais na sede para, segundo o presidente do Sinfais, executar atividades que podem ser feitas em home office ou, até mesmo, no estacionamento da administração municipal, que permite espaçamento e outras iniciativas de prevenção. 
A Covid-19 também tem se alastrado entre os guardas municipais, havendo casos de infecção entre os familiares. “Um guarda municipal infectou a esposa, a mãe e a filha. Tiveram que ser internados”, conta o presidente do Sinfais.

Ricardo afirma que não há controle transparente da quantidade de servidores contaminados pelo Covid-19, número de afastados, quantitativo de servidores em efetivo exercício nesse período de pandemia, testes rápidos para detectar contaminação, quantitativo de leitos, equipamentos de proteção, entre outros. 

“Buscamos dialogar com o Executivo para transmitir as demandas e buscar informações, mas não há diálogo. Sugerimos, inclusive, que a gestão municipal crie um hospital de campanha, mas não tivemos resposta. Não há mais leitos de UTI no Hospital Evangélico e no Hospital Vila Velha. A prefeitura tem que dialogar para o bem da população”, defende Ricardo. 
Ele recorda que a PMVV está contrariando a Justiça do Trabalho, que já determinou que o Executivo tomasse atitudes como fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPI), afastamento de trabalhadores pertencentes ao grupo de risco, entre outras iniciativas para prevenção à Covid-19 entre os servidores.

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