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Igrejas e bares seguem funcionando em bairros com mais mortes na Serra

Feu Rosa e Vila Nova de Colares, bairros vizinhos, somam 20 mortes por Covid-19 e alta taxa de letalidade

Somando 20 mortes até a noite dessa quinta-feira (28), Feu Rosa e Vila Nova de Colares, na Serra, têm se tornado os principais pontos de risco em relação ao novo coronavírus no Espírito Santo. Bairros contínuos, apresentam também taxas de letalidade altas, que têm oscilado entre 10% e 20%. Jardim Camburi, em Vitória, bairro com maior número de casos e mortes (11), apresenta taxa de letalidade inferior a 4%.

Para Fred Marlon, líder comunitário de Vila Nova de Colares, a alta letalidade registrada nestes bairros se deve provavelmente à subnotificação de casos. Ele estima que o número de infectados seja bem maior que os 107 em Feu Rosa e 70 em Vila Nova, de acordo com os últimos registros.

Apesar do grande número de vítimas nos bairros serranos, a situação parece não alarmar muitos moradores. Segundo Fred Marlon, o isolamento não tem sido respeitado por parte das pessoas. Ele alega que a fiscalização já apareceu para fechar pequenos comércios, mas atua somente de dia.

À noite, o que vários relatos de moradores avisam é que alguns bares continuam abrindo e igrejas realizando cultos. A maioria dos bares, como apontam, estaria abrindo apenas para entregas na porta, mas outros funcionando normalmente. Já sobre as igrejas, que têm regras de restrições, há denúncias de que diversas delas estão realizando seus cultos.

“O número de pessoas nas ruas é o mesmo de antes da pandemia, única coisa que mudou é que as pessoas estão saindo com máscaras”, alertou Rodrigo Borges, morador de Feu Rosa.

Henrique Lima dos Santos, presidente da Associação de Moradores de Feu Rosa, considera que houve uma sensível redução no movimento inicialmente, mas com o tempo, as pessoas foram relaxando em relação ao isolamento social. Ele aponta algumas medidas tomadas a nível comunitário, como fechamento do ginásio e espaços de vivência. Buscando parcerias com entidades do poder público e sociedade civil, também é realizada distribuição de kits de limpeza e de cestas básicas para ajudar as pessoas em situação mais difícil. O posto de saúde do bairro passou recentemente por processo de desinfecção.

Mas a situação ainda é preocupante. Só em Feu Rosa, um dos maiores bairros da Serra, moram mais de 20 mil pessoas, e parte delas precisa manter sua rotina de deslocamentos diários para seus locais de trabalho.

O artista Starley Bonfim, que mora em Feu Rosa, chama atenção para o grande movimento que houve no Dia da Mães, em 10 de maio, que pode ter sido um momento de aumento do contágio dos casos que apareceram nas últimas semanas. De lá pra cá, o número de registro de infectados dobrou: de 53 para 107 em Feu Rosa e de 37 para 70 em Vila Nova. Mas não são números que diferem muito ao aumento exponencial em todo Estado.

A Serra, município mais populoso do Espírito Santo, também é líder no número de casos registrados e de morte: 2.302 e 143, respectivamente. Embora o valor absoluto de registros de contaminação pelo vírus seja muito próximo dos municípios de Vitória e Vila Velha, a taxa de letalidade é muito mais alta, atualmente em 6,21%, enquanto os outros municípios estão abaixo dos 4% e Cariacica tenha taxa de 5,24%.

Além da possibilidade de subnotificação, o maior número de comorbidade e as condições do sistema de saúde podem ser fatores que contribuem para que o município registre taxas de letalidade acima das outras cidades metropolitanas.

Os bairros líderes em registro de casos na Serra são Morada de Laranjeiras e Colina de Laranjeiras, embora tenham taxas de letalidade menor. Em termos de registro de óbitos por Covid-19, depois de Feu Rosa e Vila Nova de Colares, com 10 mortes, aparecem na lista de bairros serranos Bairro das Laranjeiras (9), José de Anchieta e Morada de Laranjeiras (7 em cada) e Jardim Tropical (6).

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