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Agências do Banestes serão transformadas em unidades de negócios

Sindibancários afirma que a iniciativa descaracteriza a função pública do Banco do Estado

O Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes) anunciou que irá transformar cinco agências bancárias em agências de negócios a partir de julho. Elas passarão a funcionar sem caixas, gerente de expediente e vigilantes. O coordenador geral do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários/ES), Jonas Freire, afirma que o governo quer descaracterizar a função pública da instituição financeira. 

As agências que serão transformadas são Moscoso e Santo Antônio, em Vitória; Juparanã, em Linhares, norte do Estado; Porto Canoa, na Serra; e Cariacica, no centro da cidade. Segundo Jonas, as agências de negócios são voltadas para serviços como assinaturas de contrato e financiamentos. Ele aponta que, por não haver movimentação de dinheiro, o Governo do Estado dispensará os serviços de vigilantes. Já os caixas e gerentes de expediente serão remanejados. 

Jonas diz que a descaracterização da função pública do Banestes ocorrerá pelo fato de fazer com que os clientes, principalmente os das camadas populares, sejam obrigados a ser dirigir ao Banesfácil para pagar contas, por exemplo. “O Governo do Estado está terceirizando as atividades do banco. Também está encaminhando as pessoas para um serviço onde os profissionais não têm a mesma qualificação, o mesmo treinamento, com trabalhadores que são precarizados, que exercem as mesmas funções dos bancários, mas não têm os mesmos direitos”, diz. 
Jonas Freire compara o governador Renato Casagrande (PSB) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que em reunião ministerial divulgada no dia 22 de maio, afirmou que tem que vender o Banco do Brasil. A comparação se justifica, como afirma, porque em março, em um evento com funcionários do Banestes, o governador afirmou que o Estado não precisa de um banco. 

Diante da fala de Casagrande no evento, o coordenador geral do Sindibancários recorda que, em meio à pandemia, o Banestes concedeu linhas de crédito, inclusive sem juros, o que nenhum banco privado faria. Jonas lembra, ainda, que o banco também teve função social nas enchentes de janeiro deste ano e em outras calamidades ocorridas no Espírito Santo. 

“O Banestes se mantém com recursos próprios e repassa lucro para o Estado, que é o acionista maior. Esse lucro pode ser revertido para políticas sociais. Só no primeiro trimestre deste ano, foram repassados R$ 18 milhões”, ressalta Jonas.
Para o coordenador geral do Sindibancários, a decisão do Governo do Estado vem em um momento inoportuno, no qual as pessoas não podem se mobilizar. Segundo ele, há previsão de que em setembro as agências Ceasa, em Cariacica; e Esplanada, no Centro de Vitória, também sejam transformadas em de negócios. Essas mudanças igualam as políticas de atendimento do Banestes a de bancos privados, como critica.

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