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Camburi amanhece com cruzes e covas em protesto contra mortes por Covid-19

Movimentos sociais realizaram ato simbólico em homenagem às vítimas e contra abertura do comércio não essencial no Estado

A Praia de Camburi, principal na paisagem de Vitória, a capital do Espírito Santo, amanheceu neste domingo (21) com uma imagem impactante. Em suas areias, 130 covas e cruzes, num protesto e homenagem aos 1.300 mortos pelo novo coronavírus no Estado.

Os manifestantes de dezenas de movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos, organizados por meio do Fórum Capixaba em Defesa da Vida das Trabalhadores e Trabalhadores, chegaram ao local às 5 horas para preparar o ato simbólico, evitando aglomerações. As 130 cruzes representam 10% dos mortos no Espírito Santo.

“Queremos demarcar esse abandono do poder público e a sublimação da vida, porque enquanto o empresariado tensiona o governo estadual para abrir o comércio, um monte de gente está morrendo”, disse Wellington Pereira, coordenador de Formação Sindical do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Sintufes). 

Ele aponta que os trabalhadores que tiveram que voltar ao trabalho com a reabertura do comércio e outros serviços estão adoecendo e morrendo, e isso também repercute para os trabalhadores da saúde, expostos a maiores riscos e exaustão.

Vander Meirelles

A Praia de Camburi, além de ser um símbolo da cidade de Vitória, é um dos locais no qual se observa grande movimentação de pessoas, sobretudo nas últimas semanas, quando muitas atividades que estavam suspensas voltaram a funcionar, como explica Wellington sobre a escolha do local da manifestação.

“Queremos fazer esse alerta”, disse. Segundo ele, os trabalhadores que estão em serviços essenciais estão correndo riscos ainda maiores por conta de pessoas desorientadas, por conta das posições ambíguas dos governos, e mal-intencionadas, que podem ficar em casa mas optam por sair sem necessidade urgente.

A crítica à atuação do Governo Federal durante a crise não ficou de fora do protesto, que levava uma faixa escrito: “Política genocida de Bolsonaro sacrifica vidas para salvar a economia. Fora Bolsonaro e fora Mourão”.

Um dos principais questionamentos do Fórum é contra o afrouxamento do isolamento social, fazendo a defesa de que apenas os serviços essenciais sejam mantidos no Estado. 

Violência

Durante a ação na praia de Camburi, uma mulher que fazia caminhada no calçadão tirou agressivamente as faixas colocadas no local que faziam críticas aos governos Renato Casagrande (PSB) e Bolsonaro (sem partido). Os manifestantes contestaram a atitude afirmando que ela agia contra o direito de liberdade de expressão. Entretanto, a mulher continuou a caminhar sem devolver o material, alegando que aquele espaço é público e que jogaria no lixo as faixas retiradas.

Antônio Gomes

Ela ainda agrediu verbalmente os manifestantes, falando para colocar as faixas na varanda da casa deles, se referiu ao grupo com palavras de baixo calão e defendeu o governo Bolsonaro, dizendo que o presidente foi eleito e deve terminar o mandato, pois ela “teve que engolir o PT”. Como ela se recusou a devolver as faixas, os manifestantes as tomaram de suas mãos.

“Independentemente disso, nosso objetivo foi alcançado, que foi denunciar o genocídio que está acontecendo no Espírito Santo. O comportamento dela foi de uma pessoa que está sendo influenciada por uma falsa liderança”, diz o integrante do Fórum Capixaba em Defesa da Vida dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, Antônio Gomes. 

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