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Espaços ociosos próximos aos centros urbanos poderiam ser transformados em áreas produtivas, para expandir a oferta

O programa AlimentarES, lançado pelo governo do Estado, demonstra a viabilidade de ampliar a oferta de alimentos a baixo custo, com a criação de mecanismos adequados, a fim de favorecer não apenas as camadas mais vulneráveis da população, mas a sociedade como um todo. Depende de vontade política, considerando que já existem projetos com resultados altamente satisfatórios em cidades brasileiras. 

Trata-se de transformar os espaços ociosos próximos aos centros urbanos em áreas produtivas, para expandir a oferta, inicialmente às comunidades situadas na base da pirâmide social. Enquanto o programa lançado pelo governo tem caráter plenamente assistencialista, justificável em tempos de pandemia, projetos de produção de alimentos em centros urbanos têm a particularidade de contribuir, também, na geração de emprego e renda de forma mais perene.

Os projetos de agricultura urbana, de caráter sustentável, poderiam complementar o programa do governo, com o estabelecimento de uma rede de segurança alimentar, abrindo a possibilidade de gerar proteção social e econômica, extremamente necessária em tempo da Covid-19 e também depois de normalizada a situação.

Segundo o governo, a rede AlimentarES busca novas parcerias com a iniciativa privada para ampliar as quantidades de alimentos a serem distribuídos no Estado. Esses esforços, no entanto, poderiam incluir programa de produção de alimentos em centros urbanos, no modelo dos existentes em cidades como Campos, no Rio de Janeiro, Curitiba, Paraná e Florianópolis, Santa Catarina.

Os projetos envolvem órgãos do poder público e a iniciativa privada, por meio de uma articulação que cuida da produção e comercialização dos produtos, obedecendo a parâmetros pré-estabelecidos a fim de não causar prejuízos à agricultura familiar.

O programa AlimentarES se propõe a estabelecer uma ponte entre produtores rurais e consumidores urbanos, e envolve várias secretarias e órgãos de governo. A produção em áreas urbanas representa um reforço a essa rede, possibilitando a inclusão de pessoas socialmente mais vulneráveis mesmo depois da pandemia.

Considerando que o Espírito Santo é zona de transição entre o Nordeste, que tem o maior percentual de população na pobreza, e a Região Sul, de maior nível de renda em termos nacionais, com uma renda média maior que a dos estados nordestinos e menor que a dos estados do sul, estima-se que o Espírito Santo deva representar a média nacional em termos de pobreza extrema.

Projetos de agricultura orgânica e urbana que começam a ser valorizados no Brasil, poderiam servir de incentivo para a adoção de uma política pública voltado para o setor de forma mais duradora, com a expansão da oferta de alimentos às comunidades de baixa renda.

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