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​Greve dos entregadores terá ato em Vitória nesta quarta-feira

Mais de 40 entidades do Espírito Santo já declararam apoio à mobilização que tem caráter nacional

Entregadores de aplicativos intensificaram nos últimos dias as mobilizações em torno da construção da greve dos trabalhadores da categoria nesta quarta-feira (1), a primeira com alcance nacional. No Espírito Santo foram realizadas colagem de cartazes nas ruas e aumento da divulgação das redes, além da articulação no boca a boca durante as jornadas de trabalho.

Em Vitória está marcada para quarta-feira, a partir das 8h, um encontro na Praça Regina Frigeri Furno (Praça do Epa), em Jardim da Penha, de onde o grupo de motoqueiros e ciclistas partirá em manifestação até a Reta da Penha, onde se encontram os escritórios de algumas empresas de aplicativos de entrega. Nos preparativos para a greve, o coletivo Entregadores Antifascistas ES promove nesta terça-feira (30) uma oficina gratuita de pequenos reparos para bicicletas de entregadores, que será realizada de 13h às 17h na Praça do Carone, também em Jardim da Penha.

Entre as bandeiras de luta, estão o aumento do valor pago por quilômetro, o aumento do valor mínimo, o fim dos bloqueios indevidos, implantação de seguros de roubo, acidente e vida, e o pedido de auxílio alimentação e auxílio pandemia, para poderem se prevenir melhor durante as entregas.

Em carta pública do Fórum Capixaba em Defesa da Vidas das Trabalhadoras e Trabalhadores, mais de 40 entidades da sociedade civil declararam apoio à mobilização dos trabalhadores de aplicativos. “A categoria vai parar suas atividades contra a intensificação da superexploração de sua força de trabalho desde o início da pandemia, que tem ocorrido sob a forma de aumento da jornada de trabalho, diminuição do salário, precarização das condições laborais, além da absorção, pelos trabalhadores, dos custos da prevenção à pandemia, uma vez que as empresas os deixam entregues à própria sorte, não garantindo o fornecimento de EPIs [Equipamentos de Proteção Individual]”, diz a carta, que questiona o desamparo dos trabalhadores em contraposição ao aumento do lucro das empresas.

Registro das atividades de colagem em preparação para a greve. Foto: Antônio Carlos Nascimento/Instagram

O momento de pandemia aumentou o número de entregas, mas também o de inscritos para trabalhar, o que tensionou os ganhos dos que já atuavam na área.

Um levantamento da Rede de Estudos e Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) aponta que 60,3% dos entregadores entrevistados tiveram queda na renda durante a pandemia, contra apenas 10,3% que tiveram aumento nos ganhos. O número dos trabalhadores que ganhavam menos de um salário mínimo por mês praticamente dobrou, alcançando 35,7% do total, enquanto os que ganhavam mais que o equivalente a dois salários mínimos caiu da metade do total para 25,4%.

Segundo a pesquisa, 56,4% dos trabalhadores exercem as entregas por mais de 9 horas por dia. Além disso, 52% dos entrevistados trabalham todos os dias e 25,4% trabalham seis dias da semana, totalizando 77,4% no que a Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho) considera como trabalho a ser caracterizado como ininterrupto. A pesquisa foi realizada por meio de questionários online a 252 entregadores de 26 cidades.

“A greve dos entregadores por aplicativo parte da realidade concreta de quem se vê à margem da proteção do Estado e de legislação trabalhista, cujo desmonte se aprofundou com a contrarreforma de 2017 e continua em franca consecução. É, portanto, a greve de uma categoria que simboliza a luta do conjunto da classe trabalhadora contra a opressão pelo trabalho de suas mãos, que produzem as riquezas e tornam possível o funcionamento do país”, diz o Fórum.

“O grande e lucrativo mercado de entregas não funcionará sem os trabalhadores”, alerta o conjunto de entidades, que reforça as reivindicações da categoria.

Além da paralisação das entregas, os entregadores participantes da greve incentivam que os clientes adiram a um boicote nos pedidos no dia da greve, como forma de afetar ainda mais os ganhos das empresas e aumentar a pressão para que negociem com os trabalhadores.


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https://www.seculodiario.com.br/cidades/entregadores-antifascistas-se-organizam-no-espirito-santo

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