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​Deputado aponta existência de um ‘gabinete do ódio’ na Assembleia Legislativa

Bruno Lamas destacou, na sessão desta segunda-feira, que a incitação ao crime é “banditismo”

Tati Beling/Ales

Depois de lembrar as mortes pela Covid-19 no Estado – 1.620 até esta segunda-feira (29) – e apontar a falta de “um plano unificado por parte do executivo federal”, o deputado estadual Bruno Lamas (PSB) denunciou, em discurso na sessão virtual da Assembleia Legislativa, a existência de “uma trama política organizada para a destruição de reputações e biografias”. 

“Temos um ‘gabinete do ódio’ no Espírito Santo, nos mesmos moldes daquele construído em Brasília e mantido com dinheiro público, do povo, deve-se deixar claro”, disse Bruno Lamas, sem citar nomes. A reportagem referida pelo parlamentar aponta ações de assessores do deputado Capitão Assumção (Patri), da deputada federal Soraya Manato e de seu marido, o ex-deputado federal Carlos Manato, do PSL, alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.

Assumção retrucou, informando ter encaminhado à procuradora-Geral de Justiça, Luciana Gomes de Andrade, uma tentativa de montagem para parecer que o autor seria seu chefe de gabinete, “para conferir se isso é verdade”, e voltou a atacar o governo, usando termos como “calhorda” e destacando “tiro, porrada e bomba”.

Bruno Lamas baseou seu discurso em reportagem publicada em A Gazeta sobre o inquérito das fake news, segundo o qual “parlamentares capixabas usavam de verbas e servidores pagos pelos cofres públicos para alimentar uma rede de ódio e mentiras, tendo como finalidade a destruição de reputações e do trabalho de autoridades públicas”, entre elas o governador Renato Casagrande (PSB) e o secretário de Saúde, Nésio Fernandes (PCdoB).

Ressaltou o deputado que a matéria jornalística aponta que há “um grupo de servidores desta Casa Legislativa, pagos com dinheiro público, que sugerem atear fogo no palácio do governo do Estado”, considerando esse fato como gravíssimo, por incitar ao crime. O parlamentar citou o Código Penal, artigo 286, que prevê pena de três a seis meses de prisão, e multa”. “Ora, estamos diante de fatos que devem ser investigados e punidos com o rigor máximo da lei, pois são servidores públicos, para fins legais, pagos pelos cofres públicos”, disse Bruno Lamas.

“Com isso, perde o povo capixaba, ao ver o debate político ser rebaixado a xingamentos e ofensas, ao ver que o tempo de trabalho destes servidores vem sendo usado, não para auxiliar a Ales [Assembleia Legislativa] no cumprimento de seu ofício institucional de legislar em prol do povo capixaba. Pois lembro, esse é o motivo pelo qual esses maus funcionários são pagos com dinheiro público”, acrescentou.

Para o parlamentar, “muitos destes indivíduos envolvidos no suposto “gabinete do ódio” se autointitulam “conservadores” e “patriotas”. Ora, conservadores aonde? Patriotas de que pátria? Isso é sintoma clássico de reacionarismo. Nada há de mais reacionário e antidemocrático que a subversão da ordem, ataque a autoridades públicas, incitação ao crime. É preciso que isso fique bem claro”.

Lamas ressaltou ainda que “isso tem nome no Brasil, no Estado Democrático de Direito, chama-se banditismo. E a Lei de Segurança Nacional é o remédio. Recomendo que vejam o destino que seus ‘compatriotas’ tiveram em Brasília; estão presos por atos de terrorismo e ataque às instituições democráticas. Ao que tudo indica, esse é o caminho daqueles que escolhem o ódio como forma de expressão dentro de uma democracia, como é a que vivemos no Brasil”.

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