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Candomblé: Barracão de Mãe Neia vira tema de documentário

Disponível online, “Nzo Musambu ria Kukuetu” foi produzido coletivamente como parte de projeto de memória

Reprodução/YouTube

Importante líder religiosa do Espírito Santo, Mãe Neia foi pioneira na celebração do Dia de Iemanjá em Camburi, em 1983. Hoje, se trata de um dos maiores festejos de religiões de matriz africana no Estado. Sergipana, filha de pais católicos, sua trajetória em terras capixabas começa e continua em Bairro de Fátima, na Serra, onde instalou seu barracão de camdomblé.

As histórias da mãe-de-santo e do templo que ela fundou são retratados no documentário colaborativo de curta metragem Nzo Musambu ria Kukuetu , nome da casa de Candomblé Angola Congo, regida por Mãe Neia, também conhecida pelo nome Mam’etu Mosoioio Kilunji dia Nzambi. Com 15 minutos de duração, a obra está disponível para ser assistida no YouTube.

O documentário, também chamado pelos produtores como DocNzo, ouve Mãe Neia, seus filhos e outros participantes da casa, que falam da importância da sacerdotisa e do espaço de encontros e cultos. O filme foi gravado em ambientes do próprio Barracão, além de imagens externas da celebração do Dia de Iemanjá, em que Mãe Neia conduz o cortejo de oferendas e os integrantes do barracão distribuem comida de santos aos que participam da celebração.

O documentário faz parte do projeto “Vitória de todos os santos”, contemplado no edital de Pontos de Memória da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e incluiu uma etapa de oficinas de formação em audiovisual ministrada por Jéfferson de Albuquerque. Assim, os próprios integrantes da casa puderam participar da produção de forma coletiva, assinando a direção da obra e tendo como assistentes de direção Maresia e o próprio Jefferson. A finalização do trabalho contou com apoio do do Stúdio 3 e Casa da Escada.

Um dos idealizadores da iniciativa, Yuri Paris, conta que a proposta surgiu a partir de diálogos com Mãe Neia e seus desejos de registrar essa memória. Um encontro na comunidade quilombola de Angelim, em Conceição da Barra, norte do Estado, potencializou a ideia. A atividade fazia parte do projeto Senhoras do Dendê, que também gerou um documentário colaborativo sobre o uso do dendê nos quilombos e nas religiões de matriz africana. Foi ali que se iniciou diálogo com Jéfferson Albuquerque, para implementar a metodologia de produção colaborativa também no DocNzo.

O projeto foi o pontapé inicial de uma série de produtos audiovisuais que devem ser produzidos pelos participantes das oficinas e parceiros, tendo como base o Barracão de Mãe Neia.

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