Cerca de 2 mil trabalhadores da construção civil que atuam nas obras da 8ª usina da Vale saíram em passeata nesta sexta-feira (22) da BR-101, na Serra, até a sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), localizada na Reta da Penha, em Vitória, protestando por melhores condições trabalho e salariais.
Os trabalhadores iniciaram o movimento de greve no dia 4 de março. Ao todo, cerca de 5 mil operários estão parados reivindicando o direito ao adiantamento salarial, gratificação por fim de obra e classificação profissional, já que o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintraconst-ES) tem informações de que o consórcio da obra e os empreiteiros estão tocando a obra com auxiliares e outros trabalhadores em desvio de função.
Os trabalhadores da obra da 8ª usina também reivindicam melhores condições de trabalho no canteiro de obras e mais higiene na área de vivência.
A negociação dos trabalhadores no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), no entanto, está englobada com a dos trabalhadores de outras obras da Samarco e da própria Vale, o que vem dificultando a chegada a um acordo, por serem pautas distintas.
Das inúmeras tentativas de acordo realizadas desde o início do mês, o impasse entre as propostas apresentadas pelos trabalhadores e o que propõem os patrões levou ao protesto que aconteceu até o início da tarde desta sexta-feira.
De acordo com o presidente do Sintraconst, Paulo César Borba, conhecido como Carioca, a negociação da Samarco já foi resolvida e a dos outros trabalhadores foi praticamente solucionada, só restando o acordo com os trabalhadores das obras da 8ª usina.
Carioca disse ainda que os trabalhadores não querem persistir na greve e imaginaram que o movimento iria ser concluído nessa quinta-feira (21) após negociação entre Sinduscon e o Sintraconst, mas o sindicalista disse que na noite de quinta recebeu com surpresa uma ligação de um representante do Sinduscon cancelando o acordo feito no TRT na manhã do mesmo dia.