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Sindicato moverá ação judicial para reverter demissões na Ricardo Eletro

A rede varejista comunicou aos funcionários que fechará todas as lojas físicas 

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio do Espírito Santo (Sindicomerciários) moverá uma ação judicial para reverter a demissão de funcionários da Ricardo Eletro, que na sexta-feira (31) anunciou aos trabalhadores capixabas o fechamento de lojas físicas e a rescisão dos contratos. O presidente do sindicato, Rodrigo Rocha, relata que a rede varejista funcionará somente online e afirma não saber quantos estabelecimentos serão fechados e o número total de funcionários. Procurada por Século Diário, até o fechamento desta matéria a loja não havia fornecido esses dados. 

Rodrigo afirma que o sindicato teve conhecimento da situação ao ser procurado por trabalhadores que foram dispensados. No comunicado feito aos funcionários, a Ricardo Eletro afirma que irá entrar em contato com a entidade sindical em até 10 dias para negociar o pagamento das verbas rescisórias. “A direção do Sindicomerciários não toma qualquer decisão sem antes consultar os trabalhadores e só a faz com a sua anuência e expressa autorização”, diz o sindicato por meio de suas redes sociais.

Por meio de nota à imprensa e comunicado feito aos funcionários, a Ricardo Eletro alega que o encerramento das operações de suas lojas físicas e as consequentes demissões são causados “pelos decretos estaduais e municipais que determinaram o fechamento dos estabelecimentos comerciais de vendas no País, como medida de evitar a contaminação do vírus da Covid-19, gerando prejuízo de vendas e faturamento para grande parte do setor varejista”.

Entretanto, Rodrigo contesta os argumentos da empresa. “Alega que foi a pandemia, mas há tempos a Ricardo Eletro vinha com problemas de gestão, inclusive com prisão de sócios. Quando há problemas desse tipo, as verbas rescisórias são prioritárias no pagamento de dívidas. Não queremos que um problema de gestão prejudique os trabalhadores”, ressalta o presidente do Sindicomerciários. 

A prisão citada por Rodrigo se refere ao fundador e ex-acionista da Ricardo Eletro, o empresário Ricardo Nunes. Ele foi preso em oito de julho, em São Paulo, por meio de uma força-tarefa que contou com o Ministério Público de Minas Gerais, a Receita Estadual e Polícia Civil, acusado de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Ricardo foi liberado um dia depois. Sua filha, Laura Nunes, também foi detida. Assim como o pai, porém, teve sua prisão revogada. 
A rede varejista afirma que os envolvidos não fazem mais parte do quadro de acionistas e da administração da Ricardo Eletro desde 2019, além de confirmar em comunicado feito em seu site que está passando por crises financeiras desde 2017.

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