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Formemus debate música durante e pós-pandemia

Gustavo Anitelli, do Teatro Mágico, é um dos participantes do evento, que contará com showcases e videoclipes

Maior evento de formação na área musical realizado no Espírito Santo, o Formemus terá sua terceira edição em formato totalmente online. Neste ano, as mudanças e desafios provocados pela pandemia do coronavírus vão ser temas centrais para os profissionais da música discutirem. Como nas edições anteriores, além dos painéis, será feita mostra de videoclipes e apresentação de showcases com artista de diversos estados do Brasil, que poderão ser assistidos gratuitamente pela internet.

Entre os temas que vão ajudar a refletir sobre o momento atual e os próximos passos da cena musical são os painéis “Indústria da Música Pós-Pandemia – Seria o futuro híbrido?”, com seis convidados nacionais que trabalham em grandes projetos em diferentes vertentes da cadeia da indústria fonográfica. Em outro espaço, será abordado “O Potencial de Consumo da Música Brasileira no Youtube e o Boom de Distribuição na Pandemia”, do qual participa Walter Venício, do YouTube, Marcos Chomen, do CD Baby, e Renata Gomes, do Ingrooves Brasil.

Com o boom das transmissões de shows diante das medidas de isolamento social, haverá um painel com o tema “Produção Musical Remota e Lives Profissionais”, reunindo dois grandes especialistas, Beto Neves, da AudioWorkshop, e o engenheiro de Áudio Igor Comério, para sugestões de como melhor tecnicamente a qualidade sonora das “lives”. Também haverá um painel com Giulia Perin (CD Baby Brasil) e a produtora cultural Duana Peixoto sobre “Como potencializar o seu Canal do Youtube”, buscando apontar estratégias para construção e engajamento de público e monetização. 

Além deles, também figuram assuntos como a produção de trilhas sonoras para o mercado de “games”, instruções sobre o uso e as políticas do Deezer, um dos serviços de stream musical mais usados no brasil, uma conversa sobre o Prêmio Profissionais da Música, que premia toda cadeia produtiva da música, e outros temas como música e branding, gestão de carreira e identidade musical.

“Mesmo com a internet bombando de informações, às vezes ela demoram a chegar aqui. O Formemus traz a oportunidade de uma imersão de três dias para estar a par de vários assuntos do mercado musical de uma vez, com o assunto vindo até você”, aponta Simone Marçal, da MM Projetos Culturais, organizadora do evento.

Showcases e videoclipes

Outro ponto alto do Formemus costuma ser os showcases, que reúnem artistas de vários estados com especial preocupação em representar a diversidade social e musical, incluindo a participação de artistas mulheres, negros, LGBTQI+ e outros grupos. Em 2020, o evento recebeu nada menos que 218 inscritos, decidindo ampliar o número de selecionados de seis para oito, contemplando artistas do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo Minas Gerais e Pará. São eles Luciane Dom, Dan Abranches, 2DE1, AURI, Victor Mus, Lucas Estrela, Congadar e Technobrass, que se apresentam divididos em três sessões durante o final de semana.

Os showcases são apresentações curtas, com duração de 20 a 30 minutos direcionados para os players de mercado, produtores e outras agentes que estão em busca de novos talentos, mas também abertos para o público. “É uma apresentação que contribui para a formação de público para os artistas e ao mesmo tempo uma oportunidade para mostrar seu trabalho a grandes nomes do mercado”, explica Simone Marçal.

Ainda compõe a programação do Formemus 2020 a mostra de videoclipes, que terá seis blocos de apresentações durante os dois dias de evento, com produções de obras musicais e audiovisuais de todo Brasil. Para este ano, o evento ainda abre espaço para contribuições monetárias voluntárias para apoiar a ONG Coral Serenata, que atua nos morros de Vitória e está ajudando cerca de 500 pessoas nas comunidades capixabas durante a pandemia. Os doadores concorrem ao sorteio de dois violões Tagima AC39 NT.

Simone Marçal explica que o Formemus surgiu da percepção da carência no Espírito Santo de eventos de formação na área da música. “As pessoas tinham que sair daqui para participar, e muitos não tinham oportunidades. Percebemos que nesses eventos fora do Estado havia pouca participação”, conta.

Ela entende que o Formemus abriu espaço para o Espírito Santo nacionalmente, já que especialistas, produtores e integrantes de setores da cadeia da música em vários estados comparecem. Além disso, pode ter ajudado a despertar a nível local o interesse dos profissionais. Nos últimos anos, observa Simone, tem sido mais comum encontrar capixabas nos eventos nacionais.

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