No jogo

Luiz Paulo Vellozo Lucas tem decisão favorável na Justiça e entra de vez no cenário eleitoral em Vitória

A expectativa do ex-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), de obter liberação da Justiça para disputar a eleição de novembro deste ano, se confirmou nesta quinta-feira (6), com a decisão do vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJES), José Paulo Calmon Nogueira da Gama. O desembargador acatou recurso da defesa e suspendeu os efeitos do acórdão que condenou o tucano à perda dos direitos políticos por oito anos, em ação de improbidade administrativa por utilizar em sua residência os serviços de funcionário de empresa particular com vínculo contratual com sua gestão municipal. O resultado muda a configuração da disputa na segunda principal vitrine política do Estado e desfaz articulações dentro do próprio PSDB, promovidas pelo presidente estadual da legenda, Vandinho Leite, o vice César Colnago, e a vereadora Neuzinha de Oliveira. Os três atuam em movimentos contrários à candidatura de Luiz Paulo, que, no entanto, tem aval da Executiva Nacional, também responsável por impor ao diretório da Capital a filiação que marcou este ano o retorno do ex-prefeito ao ninho. A liberação de Luiz Paulo joga luz, ainda, na “Aliança Cívica por Vitória”, firmada por ele no último dia 29 junto com a Rede Sustentabilidade, do vereador Roberto Martins, pré-candidato a prefeito, e o PP, do secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Marcus Vicente. Até então, sem a confirmação de Luiz Paulo no cenário, o grupo não sinalizava quem seria o cabeça de chapa. Agora, torna-se difícil, quase impossível, cogitar o ex-prefeito em outra posição. Luiz Paulo está no jogo.

Sem impedimento
Desde o início das articulações eleitorais deste ano, Luiz Paulo se apresentou ao PSDB para se candidatar, aguardando apenas a decisão da Justiça aos seus recursos – além do TJES, seu advogado, Henrique Herkenhoff, acionou também o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A liberação veio em tempo, considerando o prazo de 14 de setembro, não havendo mais impedimento para o registro de sua candidatura.

Sem impedimento II
O vice-presidente do TJES acatou alegação da defesa de que “a aplicação da reprimenda de suspensão dos direitos políticos por oito anos destoa do posicionamento adotado pelo Tribunal da Cidadania, aparentando excessiva”. E, ainda, que “há probabilidade de êxito do recurso especial”, considerando jurisprudência do STJ. “O próprio voto condutor do acórdão recorrido não vislumbrou gravidade da conduta a ponto de se impor a perda da função pública”, decidiu

Composição
No caso da Aliança Cívica por Vitória, a peteca agora cai no colo do vereador Roberto Martins que, lá atrás, cogitava compor numa vice apenas em chapa com o deputado estadual Sergio Majeski (PSB), o que não vingou. Com Luiz Paulo, teria um Plano B?

Eixos
O documento lançado por lideranças dos PSDB, Rede e PP é divido por tópicos sobre “Desenvolvimento sustentável: caminho certo para uma Vitória cada vez melhor”, “Ampliação e aprimoramento dos serviços sociais e urbanos”, “Projetos Especiais”, “Articulação metropolitana: transporte, mobilidade e segurança pública” e “Um novo modelo de gestão: moderna, responsável e criativa”.

Balde de água fria
Já no PSDB, como tratado aqui nessa quarta-feira (5), a entrada de Luiz Paulo atrapalha os planos da vereadora Neuzinha, que insiste em se candidatar; de Colnago, que se movimenta na direção do presidente da Câmara de Vereadores, Cleber Felix (DEM), o Clebinho; e de Vandinho, ligado ao deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos), que já pavimenta sua candidatura.

Balde de água fria II
Neuzinha já disse que Luiz Paulo terá que ir para convenção do PSDB contra ela. Mas, nos bastidores do ninho, a constatação é de que o ex-prefeito não será barrado. A decisão pode ainda vir de “cima pra baixo”, como ocorreu na tentativa de impedir a filiação de Luiz Paulo, após curta temporada no Cidadania.

Lado A, lado B
Depois de 24 anos de ninho, Luiz Paulo migrou para o partido do prefeito Luciano Rezende em 2018, por rejeitar a condução do partido por César Colnago, de submissão total ao governo Paulo Hartung. O racha no PSDB tem de um lado o grupo ligado ao ex-governador e, do outro, o alinhado com Renato Casagrande, “a bola da vez” no Estado.

Acirrada
A confirmação do tucano torna ainda mais competitivo o cenário da disputa, esbarrando ainda, além dos nomes já citados acima, no candidato do partido que deixou recentemente, deputado Fabrício Gandini (Cidadania); no vice-prefeito Sérgio Sá (PSB); no deputado Capitão Assumção (Patri); no Coronel Nylton Rodrigues (Novo); e no ex-superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), Halpher Luiggi (PL).

No mais…
Quinta-feira, 6 de agosto: grande dia para uns, pesadelo para outros!

PENSAMENTO:
“O universo é uma harmonia de contrários”. Pitágoras