Escritor capixaba lançou seu quarto livro de poesia, ‘Elegia do Corona’, pela Editora Cousa
“Foi um livro de emergência, não pensava em publicar nada este ano”, diz o escritor Carlos Fonseca sobre a obra que acaba de lançar. Às vezes o poeta não escolhe quando escrever, a poesia simplesmente vem, como desabafar de sentimentos internos. Elegia do Corona: versos pandêmicos, publicado pela Editora Cousa, foi preparado em poucos meses, reunindo poesias sintonizadas com o tempo tão particular que vive a sociedade e o País.
Foram cerca de três meses de escrita, divididos em quatro partes, que certamente vão calhar com o sentimento de muitos durante a pandemia: Susto, Enfado, Aceitação e Esperança. “Apesar dos poemas serem inspirados num tempo tão difícil, o que pretendi fazer foi imprimir uma leitura poética desses tempos difíceis e tentar ressignificar a pandemia e a quarentena através da poesia”, explica.
Ele aponta que o livro quer provocar reflexões e sentimentos de leitores, ao mesmo tempo em que serve, de certa maneira, como um documento histórico sobre o atual período.
A obra termina justamente com a mensagem de esperança. “Acho importante no meio de uma pandemia viral e política que possamos extrair uma esperança, motivação, fé no porvir. Extrair algo de tantas manifestações de solidariedade, de racionalidade e de equilíbrio que vemos, e nos apegar a isso para construir ou reconstruir a realidade que a gente está vivendo”, afirma o escritor.
Carlos Fonseca vem de um berço potente: nasceu em São José do Calçado, que segundo dizem foi reconhecida pelo Guiness Book, o livro dos recordes, como a cidade com mais escritores por metro quadrado. O autor da Elegia do Corona ocupa a cadeira número 13 da Academia Calçadense de Letras, atuante na cidade.
Foi em Calçado que Carlos começou a escrever trovas e poesias desde os 8 anos de idade até a adolescência. Seguiu carreira no Direito, que o levou a morar em São Paulo e Rio de Janeiro até se estabelecer em Vitória, atuando hoje como juiz do trabalho. Já adulto retomou a prática da escrita literária, sobretudo na poesia e na crônica, mas também ensaiando um início na escrita de contos.
Nos últimos anos já lançou outros três livros de poesia: Mil e tantas palavras (Chiado Editora, 2015), Jardim de Letras (Chiado Editora,2016) e Meio-dia (Editora Cousa, 2019). Com Elegia do Corona, ele considera que a obra guarda como semelhança apenas a linguagem poética, pois a temática é diferenciada. Mas seu estilo de poesia segue com versos livres e pouco apego à métrica e rima. “Entre a erudição e a emoção, eu fico com a segunda. Quero tocar a pessoa, gerar um sentimento, um reflexão e crítica política ou social”, aponta o poeta.