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Festa das Ciatas celebra mulheres do samba e na culinária

Segunda edição do evento realizado pelo Coletivo Afoxé será transmitida pelo Instagram nesta semana

Em sua segunda edição, a Festa das Ciatas em 2020 acontece de quinta-feira a domingo desta semana (13 a 16). O evento busca valorizar a presença das mulheres no samba e na culinária popular dos morros.

A primeira edição aconteceu com o público ocupando e circulando a região em torno da Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória, com shows e barracas de artesanato e alimentação. Diante da situação de pandemia, o evento foi ampliado para vários dias com atividades online e ao vivo. “A vontade de continuar a pauta da mulher na cultura afro-brasileira falou mais alto e transformamos a 2ª edição da Festa da Ciatas em material para a internet, mais precisamente em lives”, diz Marilene Pereira, integrante do Coletivo Afoxé, que organiza a Festa das Ciatas e transmitirá toda programação em sua conta no Instagram.

Divulgação

Um dos destaques é a presença de Helena Teodoro, filósofa, historiadora e pesquisadora do carnaval, e atuante no Rio de Janeiro e outros lugares do Brasil, que realizará palestra e debate com o tema “A força feminina no Samba”. Já a educadora e ativista Winy Fabiano, da Ubuntu Quitutes, participará falando de culinária afro-brasileira, com destaque para a feijoada. Na área musical, a Festa das Ciatas terá conversa com a instrumentista capixaba Bruna Medeiros, com o tema “Vivências e um olhar sobre o espaço das mulheres no samba”.

Outra contribuição será sobre “Mulheres Negras e produção Cultural”, com a historiadora Ana Paula Rocha, integrante do Círculo Palmarino. O fechamento das atividades será com a conversa Vivências Negras Empreendedoras”, com a erveira Yasmin Ferreira, criadora do Ateliê Odê. Os eventos terão mediação de integrantes do Coletivo Afoxé: Rosilene de Sá, Selma Dealdina, Pedrita, Rômulo Corrêa e Marilene Pereira.

Marilene explica que o projeto busca celebrar a origem afro e valorizar a mulher negra. “Essa reflexão leva inevitavelmente ao debate sobre a consciência negra, raça e classe, temas tão atuais na sociedade, indiretamente abordamos questões do racismo velado e institucional. Assim este encontro se torna um instrumento a mais de debate e troca de informações sobre as temáticas acima citadas. Nesse espaço é possível contribuir no processo de descoberta e valorização da identidade negra que passa por muitos desafios para ser construída, respeitando e celebrando a diversidade existente entre as mulheres negras”.

Tia Ciata, a quem o evento presta homenagem em seu nome, foi uma mulher negra que transformou sua casa num reduto do samba nos primórdios desse estilo musical no Rio de Janeiro, acolhendo diversas manifestações afrobrasileiras, como culinária, música, capoeira e religião.

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Entre os resultados colhidos desde a primeira edição estão a realização de atividades de formação com profissionais atuantes em áreas como samba, turismo e higiene. Também o aspecto econômico ao promover o trabalho de profissionais envolvidos com a cadeia produtiva das festas de rua, dando visibilidade especialmente às mulheres negras como empreendedoras. Ainda o fator cultural, reunindo artistas e artesãos que se apresentaram e mostraram suas produções, além de debater a diversidade cultural. Outro fator importante é a geração de uma rede de contatos e parcerias entre as mulheres participantes e também com entidades da sociedade civil, do poder público e do comércio.

Neste ano, o Coletivo Afoxé também pede doações para o projeto de doações de cestas básicas para famílias que perderam renda diante da pandemia. As contribuições podem ser feitas pelo aplicativo PicPay na conta: coletivoafoxe.es.

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