Os números de novos casos e de óbitos diários de Covid-19 no Espírito Santo se assemelham aos registrados no final do mês de maio, quando o Estado estava próximo do pico da pandemia, atingido em meados de junho.
A declaração foi feita pelo subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (25) junto ao secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
“Houve uma redução de 26% dos casos, comparado com os últimos 14 dias, e uma redução de 18% de óbitos se comparado com os últimos 14 dias. Com essa redução, os números de hoje se equiparam aos valores médios do final de maio”.
Atualmente, destacou Reblin, 65% dos óbitos e 73% dos casos estão no interior do Estado. “Essa é a relação da pandemia entre os municípios da Grande Vitória e interior”, declarou, no dia em que o Painel Covid-19 confirmou 107.191 casos e 3.068 óbitos pela doença.
O cenário atual, enfatizou o subsecretário, não são compatíveis com as aglomerações que estão ocorrendo nas cidades. “As aglomerações que estamos vendo ferem severamente o regramento estabelecido” e “colocam em risco tudo o que conquistamos até hoje”, afirmou.
“Se um estabelecimento pode funcionar até determinado horário, com afastamento mínimo de mesas e lotação, fugir a essas regras é trazer para si, para o dono do estabelecimento e para quem frequenta, uma responsabilidade legal e principalmente de consciência. Se alguém adoecer e for a óbito, é possível estabelecer um vínculo”, advertiu.
Para o secretário Nésio Fernandes, “nós conseguimos resistir ao pior momento assistencial entre final de maio e junho”, o que levou a uma flexibilização de atividades sociais e econômicas. Essa “requalificação das medidas [de isolamento e distanciamento social]”, no entanto, “aumenta a responsabilidade dos cidadãos no cumprimento da etiqueta respiratória, uso de máscara e distanciamento para que retomada das atividades não comprometa a queda mais acelerada de casos e óbitos que esperamos nesse momento”, asseverou.
“A letra por si só é morta. As pessoas precisam dar vida a essa letra e o risco real de contaminação e perder muitas vidas ainda existe. A pandemia não acabou. Temos ainda uma boa jornada até a chegada da vacina e do tratamento especifico”, alertou. “A aposta feita em tratamentos laboratoriais não consegue reduzir os óbitos e casos e há cada vez menos adesão a opção medicamentosas que não modificam a evolução da pandemia”, salientou.
“Nós entendemos que o momento ainda é crítico e muito perigoso. Apesar de termos passado do pior momento do total de casos e internados, temos um momento que pode distribuir por mais tempo que esperávamos casos graves e novos, e óbitos, por conta do não respeito aos protocolos de distanciamento social necessários que se encontram cada vez mais sob responsabilidade da sociedade civil, das instituições. Temos exortado os municípios que aumentem a fiscalização sobre indisciplina social que exponha a riscos”, argumentou.
Letalidade e mortalidade
Luiz Carlos Reblin explanou sobre as taxas de letalidade e mortalidade do Espírito Santo para a Covid-19. A primeira, atualmente em 2,9%, está abaixo da média nacional e refere-se à proporção de pessoas confirmadas com a doença que evoluíram a óbito. “Significa que aqueles que adoeceram foram muito bem cuidados”, comentou.
Já a mortalidade, que é a relação entre o número de óbitos e a população total do Estado, está um pouco acima dos demais estados. “Temos um ótimo sistema de investigação e praticamente todos os nossos óbitos já estão classificados se foram por Covid ou outra doença”, disse Reblin.
Além da testagem abrangente, o subsecretário alega que outros estados não chegaram ao mesmo estágio da pandemia que o Estado, tendo acumulado um número menor de óbitos em relação à população. “É importante ao final da pandemia poder analisar outros fatores, como a população idosa capixaba, por exemplo, que foi mais suscetível ao óbito que a população em geral”.