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‘Fotografia real da pandemia’ dará segurança ao retorno das aulas, diz secretário

Nésio Fernandes também anunciou o início da testagem de todos os pacientes sintomáticos e seus contatos diretos

“O Espírito Santo está ocupado em garantir uma fotografia real que nos dê segurança para dar um passo adiante na retomada das aulas”. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (14) junto com o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. 

O inquérito da educação capixaba terá início na próxima semana e os detalhes de seu funcionamento serão anunciados em nova coletiva, conjunta entre a Sesa e a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), a ser realizada nesta sexta-feira (18).

Em andamento também está o protocolo da educação infantil, cuja primeira minuta foi concluída pelas duas secretarias e encaminhada para as 19 organizações que compõem o grupo técnico de acompanhamento das medidas de governo relacionadas à Educação na pandemia do coronavírus. “Quando as atividades para esse segmento forem retomadas, a gente terá um protocolo maduro, conhecido de todos e possível de ser aplicado”, enfatizou Reblin. 


Outro anúncio importante foi em relação à nova estratégia de testagem da população. “A partir do dia de hoje [segunda], todo e qualquer cidadão capixaba que tiver qualquer sintoma respiratório com característica que preencha a definição de caso suspeito de Covid terá a indicação de realizar testes PCR em tempo real”, afirmou Nésio Fernandes.

A nota técnica para balizar essa testagem ampliada tem previsão de publicação também nesta segunda. O objetivo é aplicar o teste PCR em todos os pacientes sintomáticos, independentemente de idade ou comorbidade, bem como seus contatos diretos.

A testagem pode ser feita em qualquer serviço de saúde pública estadual ou municipal que tenha fluxos definidos para coleta de material biológico feito pelo swab, com cotonete nasal. A definição de “contactante direto” será publicada em uma outra técnica até esta quarta-feira (16). A Sesa estuda definições em vigor, que incluem os intradomiciliares, os feitos em ambiente de trabalho ou a inclusão de toda pessoa sintomática que tiver tido contato por mais de quinze minutos com a pessoa positivada no teste.

Trata-se de uma “maior ousadia na capacidade de testagem e bloqueio das pessoas sintomáticas e seus comunicantes”, o que “vai abrir caminho pra que possamos dar passos mais seguro no controle da pandemia e abrir caminho também para a investigação de surtos de maneira mais clara”, explicou Nésio Fernandes. A mesma nota técnica sobre contatos deve incluir critérios relacionados à investigação de surtos em profissões específicas, como frigoríficos.

Essa maior abrangência da testagem é possível devido à ampliação feita na capacidade do Laboratório Central (Lacen), que hoje ultrapassa 1,5 mil testes PCR por dia, e devido ao maior controle da pandemia no território capixaba.

A média móvel de sete dias menor nos últimos dias já é menor do que dois dígitos e o índice de transmissão (Rt) está abaixo de 1 na média estadual (0,34 – o que significa ser necessário três pessoas para contaminar uma outra), na média da Grande Vitória (0,27) e na média geral do interior (0,6), apesar de algumas microrregiões ainda estarem com Rt acima ou próximo de 1 e com tendência crescente. “De fato temos uma situação que permite que o Estado tome decisões seguras reconhecendo o menor risco de transmissão da doença”, afirmou o secretário, ressalvando que “não podemos naturalizar as perdas e óbitos por Covid”.

“Nós estamos diante de uma doença que se alastrou com uma força de transmissão gigantesca pelo mundo, pelo Brasil pelo nosso Estado, e que graças aos esforços reunidos até o presente momento, estamos superando o pior momento da pandemia e podendo retomar as atividades. No entanto, as polêmicas sobre o chamado novo normal precisam ser descontaminadas”, salientou o secretário, chamando atenção para a necessidade de cumprimento rigoroso dos protocolos de biossegurança pelos indivíduos, pelos proprietários de comércios e organizadores de eventos, a exemplo do que aconteceu no controle e redução do tabagismo no país. A Covid-10 será mais uma doença contagiosa a ser monitorada pelo sistema de saúde, e com a qual teremos que conviver por muito tempo, salientou.

“Os protocolos reduzem riscos. E nós iremos reforçar com os municípios e órgãos do Estado a necessidade de fiscalização e de medidas mais duras a todos aqueles que forem reincidentes no descumprimento das medidas e protocolos sanitários”, advertiu.

Nésio Fernandes e Luiz Carlos Reblin também enfatizaram a redução da ocupação de leitos hospitalares, que atualmente está equivalente a 50% do período de pico da pandemia. A situação tem permitido a continuidade da reversão de leitos para outras doenças e a suspensão de contratos feitos com hospitais particulares para a disponibilização de leitos, o que é “uma demonstração clara que a pandemia está em franca recuperação no Espírito Santo”.

“Estamos atentos à evolução em outros países que vêm apresentando fenômenos de segunda onda. Nós não acreditamos que uma segunda onda venha acontecer de forma abrupta aqui”, ponderou Nésio, voltando a alertar sobre o “grande número de pessoas suscetíveis que ainda pode contrair o vírus e ter um desfecho negativo com o coronavírus”. “Não é momento de desrespeitar os protocolos”, pediu. 
Nésio mencionou a elevação da média móvel de sete dias na Grande Vitória na semana passada e a reversão dessa tendência, com uma nova queda da média nos últimos dias. “Nós acreditamos que caminhamos bem até o presente momento e que é possível caminhar nos próximos seis meses até a possível chegada de uma vacina a ser distribuída em solo capixaba”, projetou.

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