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‘A próxima batalha é contra a privatização’

Antônio Braga, do Sintec-ES, defende que é preciso aproveitar a mobilização da greve dos Correios

Após decisão tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) nessa segunda-feira (21), a greve dos Correios chegou ao fim nesta terça-feira (22). Entretanto, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Prestadoras de Serviços Postais, Telegráficos e Similares do Espírito Santo (Sintect-ES), Antônio Braga, garante que as mobilizações continuam, pois “a próxima batalha é contra a privatização”. 

No Espírito Santo, os trabalhadores retornarão às atividades a partir das 22h, quando começa o terceiro turno. Segundo Antônio, não foi possível começar mais cedo, “pois os magistrados não levaram em consideração que havia sindicatos em Brasília participando da caravana para pressionar o TST e que deveriam voltar para seus estados para realizar assembleias antes do retorno”. 
Antônio afirma que, apesar das perdas, a greve foi vitoriosa no que diz respeito à mobilização, ao número de trabalhadores que aderiram e ao tempo de paralisação, que foi de um mês. “Temos que aproveitar a mobilização para barrar a privatização. Tivemos grande adesão dos trabalhadores e apoiadores de outros sindicatos e centrais sindicais”, destaca. Além de se posicionarem contra a privatização, por meio da greve, que começou em 18 de agosto, os trabalhadores buscavam a manutenção do Acordo Coletivo aprovado em 2019.
Antônio afirma que os Correios queriam retirar 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo, mas acabaram tirando 50. As nove que a empresa queria manter, seriam reeditadas. “Sobre o plano de saúde, por exemplo, constaria na cláusula que poderia ser mantido, mas não garantindo que isso acontecesse, nem estabelecendo percentuais de participação. No caso do tíquete alimentação, também dizia que poderia fornecer, mas não dando garantias. Com a decisão do TST, esses benefícios ficaram garantidos”, conta. 
Apesar do reajuste salarial não ter sido uma das reivindicações da categoria, foram aprovados 2,6% de reposição da inflação, o que Antônio considera não ser algo que de fato venha somar para o trabalhador, pois as perdas financeiras com a retirada das 50 cláusulas foram muito grandes. Entre as perdas, relata, estão o fim do anuênio, a não garantia do adicional de 30% em caso de risco, a redução no número de tíquetes alimentação, e a retirada dos tíquetes nas férias e para quem está de licença médica.

O TST considerou que a greve não foi abusiva, mas estabeleceu que metade dos dias será descontada do salário dos trabalhadores. A decisão sobre a greve coube ao Tribunal após os Correios ajuizarem um Dissídio Coletivo. Segundo a empresa, a iniciativa foi necessária por “não haver acordo com as entidades representativas, mesmo os Correios tendo se colocado à disposição para negociar o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021”. Entretanto, o presidente do Sintect-ES afirmou na época que não havia diálogo por parte dos Correios, fazendo com que a greve permanecesse. 

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