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Taxa de transmissão tem ligeiro aumento em várias regiões após feriadão

Na GV, já passa de 0,99, segundo números parciais. Permanecendo acima de 1, crescimento se torna exponencial

Os impactos da maior aglomeração de pessoas vivenciada no Espírito Santo durante o feriadão de sete de setembro começam a se mostrar de forma mais forte nos números da pandemia do coronavírus. Dados consolidados até o dia 11 já fizeram a curva da taxa de transmissão (Rt) sofrer uma pequena elevação na maioria das dez microrregiões e nas três análises mais amplas: do interior como um todo, dos quatro municípios mais populosos da região metropolitana, e no geral do Espírito Santo, sendo a Grande Vitória e o Centro Oeste as que sofreram subidas mais acentuadas.

No conjunto dos quatro municípios mais populosos da Grande Vitória, Cariacica, Serra, Vila Velha e Vitória, subiu de 0,59 pra 0,89 entre a semana do dia 4 de setembro (antes do feriado) e a seguinte, do dia 11. Considerando todos os sete municípios da microrregião (incluindo Fundão, Guarapari e Viana), a subida foi de 0,48 para 0,78, com a média móvel de quatro semanas saltando de 0,54 pra 0,63.

Ainda no entorno da Capital, os dados da semana seguinte, do dia 18, que termina nesta sexta-feira (25), já fazem o Rt alcançar 0,99. A consolidação dos dados, nos próximos dias – quando todas as notificações chegam ao Painel Covid-19, vindas de todos os municípios e laboratórios – deve fazer o índice passar de 1, acredita o matemático Etereldes Gonçalves, que integra como professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) o Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), que assessora tecnicamente a Sala de Situação de Emergência em Saúde Pública para Covid-19 do governo do Estado.

“Se a taxa ficar próxima de 1, significa que a velocidade da descida diminuiu, mas continua descendo. Chegando em 1, fica um platô. Se ficar acima de 1 começa a subir e de forma exponencial”, explica o pesquisador, ressaltando, no entanto, que esse novo comportamento ainda não é indicativo de possibilidade de uma segunda onda da pandemia.

Diferentemente do que foi afirmado pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em uma live do Laboratório de Gestão da Educação Básica (Lagebes) da Ufes nessa quarta-feira (23), uma segunda onda ainda não aparece no horizonte dos cálculos e previsões dos especialistas do Núcleo. Perguntado por Século Diário nesta sexta-feira (25) sobre os dados que levaram a essa previsão de segunda onda, o secretário não retornou até a publicação desta notícia.

“O fato de estar chegando próximo de 1 não é alarmante se estiver num patamar baixo. Somente se ficar acima de 1 num período de tempo maior, por mais de quatro semanas, aí sim há uma explosão de casos “, explica Etereldes.

Já a curva de óbitos, complementa o matemático, ainda não mostrou os efeitos do feriadão e, caso haja impacto, eles serão evidenciados a partir da próxima semana. Uma possibilidade, comenta, é que as contaminações tenham acontecido em meio a uma população mais jovem que se aglomerou mais no período, e, tendo menos comorbidades e vulnerabilidades, pode não faze subir o número de óbitos. Mas, mesmo sendo jovem e mais saudável, se essas pessoas entraram em contato direto com uma faixa etária mais velha ou mais vulnerável, pode haver impacto na curva de óbitos, sim. Sobre isso, só os próximos dias irão responder.

Na demais microrregiões, o comportamento foi de crescimento na Central Sul (Rt de 0,99 para 1 e média móvel de 4 semanas de 0,81 para 0,85); Central Serrana (Rt de 0,1 para 0,22 e média móvel de 0,66 para 0,43); e Centro Oeste (de 0,64 para 1,02 e média móvel de 0,46 para 0,67).

As curvas continuaram descendo na Sudoeste Serrana (de 0,99 para 0,36 e média móvel de 0,96 para 0,88); no Caparaó (de 1,1 para 0,83 e média móvel de 0,9 para 0,86); Nordeste (0,1 estacionado e média móvel de 0,77 pra 0,43); Rio Doce (de 1,06 pra 0,45 e média móvel de 0,9 pra 0,7); Noroeste (0,72 para 0,55 e média móvel de 1,16 para 0,92); e Litoral Sul (de 0,81 para 0,7 e média móvel de 0,86 para 0,65). 

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