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Moradores do Jaburu protestam contra violência policial na comunidade

Ato realizado nesta segunda-feira pediu “respeito à favela” após mais uma ação truculenta da Polícia Militar 

Uma ação truculenta da Polícia Militar (PM), ocorrida nesse sábado (26), motivou uma manifestação no bairro Jaburu, no Território do Bem, em Vitória, nesta segunda-feira (27). Os moradores se concentraram no mirante da comunidade e, com cartazes nos quais pediam “segurança sim, violência não”, além de “respeito à favela”, seguiram para a Avenida Vitória, circulando dentro e nos arredores da comunidade. 

Segundo o líder comunitário do Jaburu, Jhones Teixeira da Silva, uma família foi surpreendida com tiros por parte da PM enquanto festejava um aniversário no sábado. “A polícia chegou atirando no beco. A festa tinha de 15 a 20 pessoas. Tinha gente na festa, em casa; e tinha gente no beco. Duas crianças foram atingidas com estilhaços e quatro adultos também. Teve adulto que foi atingido com bala de borracha”, relata.

Entidades se manifestaram contra a ação policial. Em nota conjunta, a Paróquia Santa Teresa de Calcutá, em Itararé, e o Ateliê de Ideias afirmaram que a política de segurança do Espírito Santo é “violenta, preconceituosa, que criminaliza e maltrata os pobres”. As entidades denunciam que na região “casas de moradores são constantemente invadidas pela polícia”. 
A paróquia e o Ateliê de ideias apontam que, durante a pandemia do coronavírus, as ações violentas aumentaram. “Sob o pretexto de evitar aglomerações e combater o tráfico de drogas, vem agindo de forma seletiva contra as comunidades de periferia, fechando os olhos para o verdadeiro comando do tráfico de drogas e de armas e para as aglomerações que acontecem nos bairros vizinhos de classe média alta, inclusive nas praias, em plena luz do dia”, critica a nota. As entidades pedem que os responsáveis sejam punidos e exigem políticas de segurança “que respeitem nossas vidas, nossos corpos e nossos lares”. 
Um grupo de entidades da sociedade civil também se manifestou nessa segunda-feira (28) sobre o ocorrido. Por meio de nota conjunta, o Círculo Palmarino, Coletivo Negro Minervino de Oliveira, Comitê Popular de Proteção de Direitos Humanos no Contexto da Covid-19, Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH/ES), Fórum Capixaba de Lutas Sociais, Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes), Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos, Fórum Igrejas e Sociedade, Instituto Raízes e Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH/ES) denunciaram “a inexistência de diálogo efetivo com as periferias, com as entidades e movimentos sociais, com aqueles que sofrem as ações dos agentes estatais e das políticas que este governo formula e implementa”. 
O grupo também questiona: “O que vemos é a periferia sendo tratada mais uma vez como caso de polícia, criminalizada, desprotegida. Qual ação este governo fez para criar alternativas para a fome e o desemprego dos mais pobres? Qual ação efetivamente elaborou e implementou para que a periferia não tivesse que lidar cotidianamente com a violência e o desrespeito aos direitos humanos? Qual ação efetuou para alterar a infraestrutura das escolas e criar protocolos de biossegurança com a participação da comunidade escolar? Quais ações implementou para minimizar os impactos da Covid-19 nos grupos mais vulneráveis, que são os negros e indígenas? Quais políticas de reparação de violação de direitos humanos das famílias que perderam seus filhos em virtude de ação violenta do Estado este governo implementou?”, referindo-se também ao retorno presencial das aulas nas escolas de ensino fundamental e médio, anunciado na última sexta-feira (25) pela gestão Renato Casagrande.
As entidades exigem, na nota, que o governo “interrompa este ciclo de violências que vem efetuando com suas políticas de segurança pública, que dialogue efetivamente com a comunidade escolar, e que efetive uma política de Direitos Humanos que de fato apresente um plano de ações concretas para enfrentar a violação de direitos humanos”.

Também reivindicam “o fim das operações policiais violentas nos bairros periféricos, a suspensão da autorização da volta às aulas até que sejam criadas condições de proteção adequadas à comunidade escolar, e a apresentação de planos de ação de Direitos Humanos com ações concretas e debatidas com as entidades e movimentos sociais”.


Moradores do Bonfim denunciam violência policial na comunidade

Segundo Crislayne Zeferina, integrante do Coletivo Beco, ocorreram casos de violência física e patrimonial nesse final de semana


https://www.seculodiario.com.br/seguranca/moradores-do-bonfim-denunciam-violencia-policial-na-comunidade

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