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Projeto social arrecada dinheiro para reforma de moradias em Flexal II

Rifa de um quadro do artista plástico Luciano Feijah será revetida para comprar material de construção

“Quero olhar a fachada das casas e ver todas rebocadas”. Essa frase, dita por Vitor Gonçalves Santos, pedreiro e coordenador do Projeto de Reformas e Pequenas Construções, em Flexal II, Cariacica, foi o pontapé inicial para colocar em prática os mutirões de reforma de diversas moradias. A iniciativa é realizada pelo Projeto Minas da Quebrada. Para dar prosseguimento a essas atividades, o grupo conta com a solidariedade das pessoas, que podem comprar, por R$ 10,00 (PicPay @liadeoliveira), uma rifa do quadro do artista plástico Luciano Feijah, doado por ele. 

Segundo a coordenadora do Minas da Quebrada, Lia de Oliveira, o sorteio será no próximo dia 15. As rifas podem ser compradas até na véspera. O comprovante deve ser encaminhado para o WhatsApp (27.99744.1794). Lia relata que a pandemia da Covid-19 antecipou o início do projeto. “Nós tínhamos muita vontade de fazer. Queríamos antes procurar apoio de alguma fábrica de cimento, de lajota. Aí veio a pandemia, muita gente dizendo que não tinha nem banheiro, então não tinha como tomar banho toda hora. Vimos que não pode esperar ter condição, é meter a cara e tentar”, recorda Lia, que afirma que primeiro foi feito um mapeamento das casas mais graves, as que não tinham banheiro.

Quadro de Luciano Feijah. Foto: Divulgação

Entretanto, no decorrer do mapeamento, descobriram casos ainda mais complicados. “Tinha gente que dormia em cômodo com a parede escorada para que não caísse em cima da pessoa e casa com um cômodo só, com um fogãozinho de lajota num canto, uma bacia para dar banho na criança no outro, e por aí vai”, relata Lia. De acordo com ela, os organizadores do projeto saem de porta em porta no comércio pedindo doação de material de construção. 

Entre os organizadores, também está sendo feita uma vaquinha. Outra forma de arrecadação de material de construção é pedindo para os moradores de Flexal II. “A gente pede e as pessoas depois chegam e dizem ‘olha, deixei um saco de cimento pago na loja tal’. Aí a gente vai lá buscar”, comemora Lia.

Até o momento, segundo a coordenadora do Minas da Quebrada, foram reformadas três casas. “Uma história muito marcante foi a de uma senhora que teve o filho assassinado pelo primo. O filho ajudaria a reformar a casa. Ela passou a beber, entrou em depressão. Nós reformamos a casa, pintamos. Ela parou de beber”, relata Lia, emocionada.

Uma das casas que serão reformadas pelo projeto

Nessa casa, especificamente, Lia afirma terem tido apoio do Projeto Esperança, de Porto de Santana, que doou tinta e enviou pintor profissional para executar o serviço. Porém, as obras têm sido feitas por Vitor, aos finais de semana, com auxílio dos demais integrantes do Minas da Quebrada. “Ele trabalha como pedreiro em dias de semana e aos sábados e domingos atua voluntariamente nas reformas”, conta Lia. Atualmente, o projeto constrói banheiro em uma casa que não tem. 

O Minas da Quebrada existe há quatro anos. Entre as atividades que realiza, estão uma rádio web, oficinas artísticas e culturais, e o Festival Canta Flexal, com artistas locais. O projeto também mantém uma biblioteca comunitária.

Saúde Habitacional

Projeto parecido é realizado no Território do Bem, em Vitória, pelo Ateliê de Ideias, Fórum Bem Maior e a Organização Não Governamental (ONG) Associação Onze 8. Por meio dessa iniciativa, foram reformadas duas casas, uma em Jaburi e outra em São Benedito. Segundo a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Comunitário do Ateliê de Ideias, Denise Biscotto, alguns critérios para a escolha das casas a serem reformadas foi serem chefiadas por mulheres cadastradas no CAD Único, ter mais de três pessoas por dormitório, e problemas como falta de ventilação e de ligação com rede de esgoto. Os próprios moradores, explica Denise, elencaram cinco casas no Jaburu e cinco em São Benedito para serem contempladas.
Entrega de casa reformada pelo Saúde Habitacional. Foto: Divulgação

Esses bairros foram escolhidos pelo fato de que no alto dos morros os problemas ficam mais invisíveis. “Temos recursos para fazer sete casas. Estamos arrecadando dinheiro para as demais”, diz Denise. As quatro primeiras foram financiadas pelo Instituto Unimed Vitória. A quinta, pela Associação Espírito-Santense do Ministério Público. A sexta e a sétima, por meio de doações de pessoas físicas. 

O Programa Saúde Habitacional aceita doações de materiais de construção e de dinheiro para garantir o financiamento da reforma das casas. Os materiais podem ser entregues no Banco Bem, no Território do Bem. A entrega deve ser combinada previamente pelo telefone (27) 98118.7676. As doações em dinheiro podem ser feitas por meio de depósito bancário, que deve ser realizado na Caixa Econômica, Conta Corrente 11.171-1, da Associação Ateliê de Ideias. O CNPJ é 06.044.098/0001-65, agência 2503, operação 03.


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