Iniciativa está com inscrições abertas para pessoas ou grupos que queiram propor atividades
Entre os dias 23 de outubro e 1 de novembro, acontece em mais de 100 cidades a Semana Lixo Zero. Entre elas está Vitória, a capital capixaba, que realiza o primeiro evento do tipo após a constituição do Coletivo Lixo Zero Vix, vinculado ao Instituto Lixo Zero Brasil.
Ainda nos preparativos para o evento, pessoas e grupos podem inscrever até dia 10 de outubro, por meio de formulário online, sugestões de atividades para integrarem a Semana Lixo Zero, como palestras, rodas de conversa, feiras, bazares e outras atividades gratuitas que sejam online ou presenciais, desde que sigam todas as recomendações sanitárias.
Mas você pode se perguntar: é possível zerar nosso lixo? O conceito de Lixo Zero é, sobretudo, um objetivo, uma meta a ser atingida a longo prazo pela sociedade. Uma ideia que nos provoca a refletir sobre o consumo e nossa relação com meio ambiente.
“Se trata de um compromisso que se faz individual e coletivamente para reduzir a produção de resíduos e gerir os resíduos de forma consciente, destinando para reciclagem os materiais passíveis a isso, e destinando o mínimo possível para aterros sanitários”, explica Érica Blunk, uma das coordenadoras do Coletivo Lixo Zero Vix. A coleta seletiva, ela explica, é um passo importante e muito benéfico, mas não resolve todo o problema. Para isso, é preciso começar evitando o consumo de produtos que não podem ser reciclados, como os diversos plásticos, e valorizar produtos e insumos que possam ser reaproveitados.
A destinação correta dos resíduos pode gerar vários benefícios. O mais evidente é o ambiental, evitando a poluição dos territórios, mas também há resultados econômicos, como a geração de renda para catadores ou criação de novos produtos dentro da economia circular, quando todo produto gerado pode ser integralmente reaproveitado. Isso vale também para os resíduos orgânicos, que podem ser compostados e transformados em adubo que ajuda a fertilizar a terra e gerar novas plantas e alimentos.
Érica aponta que, segundo dados referentes ao ano passado, na cidade de Vitória a reciclagem chega a apenas aproximadamente 3,5% de todo lixo gerado. Os números podem ter se alterado com a pandemia do coronavírus, já que há maior geração de lixo doméstico com as pessoas em casa e também impacto na coleta e reciclagem devido ao perigo de contágio.
De toda maneira, a gestão ineficiente dos recursos gera grandes custos ao poder público, já que o serviço de coleta de lixo costuma ser um dos mais altos contratos das prefeituras e deixa de aproveitar um potencial de negócios, emprego e renda, já que os produtos que podem ser gerados pela reciclagem possuem valor financeiro. “É importante ter empreendedores com ideias sustentáveis, políticos que firmem compromissos de criar projetos e políticas públicas para educar e incentivar a população sobre a ideia. A proposta da Semana Lixo Zero é servir como um canal de referência de boas práticas”, explica Érica Blunk.