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‘A política é essencial para a garantia de direitos’

Quitéria Andréia, do Fejunes, afirma que Curso Conexão Preta Periférica quer inserir mulheres nos espaços de decisão

A falta de interesse na política de muitas pessoas das comunidades populares motivou o Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes) a criar o curso online Conexão Preta Periférica, que realizará formação na área. Com foco nas mulheres negras da periferia de Vitória, a iniciativa está com inscrições abertas até 16 de outubro, por formulário. Segundo a coordenadora de Mulheres do Fejunes, Quitéria Andréia Santana dos Santos, o curso busca, entre outros objetivos, mostrar que “a política perpassa toda a nossa vida e é essencial para a garantia de direitos”.

Para Quitéria, muitos afirmam não gostar de política por não compreender como ela se faz presente no cotidiano das pessoas. “Vamos discutir, por exemplo, o papel das Casas de Leis, os três poderes, a responsabilidade de cada um deles”, explica Quitéria. Ela destaca que a iniciativa também é uma forma de incentivar as mulheres negras periféricas a ter mais participação nos espaços de decisão e mobilização por direitos, uma vez que muitas delas não estão inseridas nesses lugares. 


“Há uma falta de conhecimento sobre questões políticas, além de os espaços de decisão serem muito machistas. É uma escada difícil de subir, algumas sabem quais são os seus direitos, mas não como acessá-los. Existem muitas barreiras para as mulheres negras periféricas, como a própria falta de tempo para se dedicar a determinadas atividades por causa da precarização do trabalho, que toma muito o tempo das pessoas, e a maternidade precoce”, ressalta. 

Outra problemática apontada por Quitéria é o fato de que muitos jovens das comunidades populares ajudam a eleger candidatos que colocam seus mandatos a serviço da retirada de direitos. “Queremos debater, por exemplo, por que candidatos que aprovaram o congelamento do investimento em políticas públicas como as de saúde e educação, tiveram votos nas comunidades”, informa. 

O curso, com duração de sete meses, começa em novembro. Os dois últimos serão de atividades práticas e terá como uma das facilitadoras a militante do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Galdene dos Santos. “Vamos estimular a compreensão dos direitos humanos no nosso dia a dia, como eles se concretizam nas políticas públicas”, afirma a facilitadora.

Segundo Galdene, a proposta é estimular as participantes a criar atividades concretas nas comunidades. “O objetivo não é somente assimilar o conteúdo. Não é ser sujeito passivo. É participar, contribuir e criar algo a partir disso”, explica.

O curso Conexão Preta Periférica tem 30 vagas, é gratuito, e as selecionadas receberão bolsa integral de R$100 + auxílio internet de R$50 mensais durante o período da formação. Ao final, todas receberão certificado.

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