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Conselho de Educação de Vitória é contrário ao retorno das aulas presenciais

Expectativa, agora, se volta para decisão da gestão do prefeito Luciano Rezende, que realiza pesquisa

O Conselho Municipal de Educação de Vitória (Comev) decidiu por unanimidade que as aulas presencias não devem retornar na rede municipal de ensino em 2020. A decisão foi tomada em reunião nessa quarta-feira (7). Segundo a presidente do Comev, Zoraide Barboza de Souza, agora cabe à Secretaria Municipal de Educação da gestão de Luciano Rezende (Cidadania) se posicionar sobre o assunto. 

A decisão, de acordo com Zoraide, vai ser comunicada para a Prefeitura, Câmara e o Ministério Público do Trabalho (MPT). “A gente entende que não houve uma política de testagem da comunidade escolar e alguns espaços têm que ter cuidados específicos, como a garantia de ventilação”, diz. 

O Comev, informa Zoraide, é formado por 11 pessoas, que são os representantes do magistério, pais, instituições da rede privada de ensino, estudantes, comunidade, Secretaria Municipal de Educação, diretores, servidores, Conselho Tutelar, professores da rede privada e comitê científico. 
Os professores consideram a decisão do Comev lúcida. “Quem vai se responsabilizar caso morra alguém? Isso é muito sério. É a vida das pessoas, da comunidade escolar. Esse vírus é altamente contagioso. Estudar é um direito. Nós, professores, lutamos por políticas públicas, por educação de qualidade, mas o que está em jogo é a vida das pessoas”, alertam.
Em vídeo publicado no YouTube nessa quarta, o professor de matemática da Universidade Federal do Estado (Ufes) Etereldes Gonçalves Junior, que é membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE) que assessora tecnicamente o governo do Estado,  afirmou, ao analisar as mortes por Covid, que Vitória não registrou nenhuma morte de pessoas menores de 18 anos. “Imagine que com a reabertura das escolas morra um jovem que seja nessa idade. E basta um para devastar essa família. E como a gente vai dizer que esse óbito por Covid, se vier a ocorrer, não foi consequência da reabertura das escolas? Quem vai se responsabilizar por isso? Tem cidades aí, como a Serra, que o último óbito foi em junho. Imagine voltar a ter óbito depois da reabertura?”, questiona.
Pesquisa
A prefeitura realiza uma pesquisa, que será finalizada nesta sexta-feira (9), com pais e professores sobre o que pensam a respeito da possibilidade de retorno das aulas presenciais este ano. Os professores afirmam que a consulta é importante e que a decisão da Prefeitura não pode ser leviana. “A decisão tem que ser pautada nos dados de contágio, na saúde pública e na consulta que está sendo feita”, defendem. 
O Movimento Sobreviva Brasil, formado por 20 entidades da sociedade civil e que vem monitorando as decisões das prefeituras em relação ao retorno das aulas presenciais, afirma que em todo o Estado cerca de 30 municípios suspenderam as aulas em 2020. Outros 20 suspenderam pelo menos em outubro. O movimento explica que os números podem mudar rapidamente, pois os dados têm sido registrados de acordo com informações que chegam da comunidade escolar dos municípios e da imprensa.

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