Movimento “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”, que realiza ato no Estado, alerta para uma questão grave e urgente no País
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são reveladores e comprovam a existência de um quadro assustador e mais denso com pandemia do coronavírus. O fantasma da fome está cada dia mais presente na vida dos brasileiros.
A pesquisa mostra que mais de 10,3 milhões viveram em situação de insegurança alimentar grave, ou seja, passaram fome em algum momento entre 2017 e 2018 e, com a pandemia e seus efeitos econômicos, o Brasil caminha para voltar ao Mapa da Fome.
O Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês), a maior agência humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), estima que cerca de 5,4 milhões de pessoas passem para a extrema pobreza em razão da pandemia. O total chegaria a quase 14,7 milhões até o fim de 2020, ou 7% da população, segundo estudos do Banco Mundial.
O Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014, mas caminha a passos largos para voltar, afirmam especialistas, críticos da política do governo federal, responsabilizado pela omissão na condução da crise sanitária. O quadro motivou o surgimento de medidas alternativas, como “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome”. Neste fim de semana acontece o “Marmitaço” em várias cidades, inclusive em Vitória, Espírito Santo.
No Estado, a campanha pretende apoiar as iniciativas que trabalham nos locais mais vulneráveis socialmente, mas o trabalho não se resume apenas a essa atividade. Igualmente importante é a denúncia à falta de políticas públicas voltadas para as necessidades comunitárias vitais, muitas vezes deixadas sob a responsabilidade de instituições privadas, a maioria religiosas, cujas ações se enquadram no vazio filantropismo, que gera conformismo e em nada contribui para mudar o cenário.
Movimentos como “Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome” são extremamente necessários, mais ainda em épocas eleitorais, pois representam caixas de ressonância à agonia que atinge milhões de brasileiros, que passam por insegurança alimentar grave, que atinge, também, crianças. Um quadro que somente será alterado com participação e cobrança de toda a sociedade.